Presidente nacional do partido rejeita “dupla militância” vinculada aos “movimentos de renovação”
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse à Rádio Bandeirantes, nesta quarta-feira (12), que “o partido está muito unido em torno do Projeto Nacional de Desenvolvimento” liderado por Ciro Gomes. A pré-candidatura do ex-governador do Ceará à presidência da República será oficializada durante a Convenção Nacional, programada para a próxima sexta-feira (21), no modelo virtual, em função do agravamento da pandemia da Covid-19.
“Um projeto em que a gente verifica e aponta os erros, as falhas e as possíveis soluções para cada setor, como o desemprego, a energia e todas as áreas do crescimento, que a gente precisa ter na economia. […] Continuaremos lutando por um Brasil para os brasileiros”, explicou, demandando mais debates entre os postulantes ao Palácio do Planalto.
Sobre a relação com os denominados “movimentos de renovação”, que atuam, segundo Ciro Gomes, como “partidos clandestinos”, Lupi ratificou a posição da Direção Nacional de refutar a abertura para futuras candidaturas de membros financiados e liderados por grupos empresariais.
“Nós já decidimos isso, desde 2019, quando estávamos nos preparando para a eleição municipal, de não aceitar o que eu chamo de dupla militância. Eu acho que cada um que desejar fazer isso, então que forme seu partido”, assegurou.
“Não vamos aceitar filiados qualquer tipo de filiado para ser candidato que não tenha convicções. Isso já está no nosso estatuto, no nosso programa, e está deliberado. Já aviso com antecedência: vocês que participam desses grupos, não venham para o PDT, pois não terão legenda”, declarou.
Realidade e direitos
Como ex-ministro do Trabalho e Emprego e defensor da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Lupi salientou que “não existe, na humanidade, um sistema mais eficiente e competente de destruição de renda do que o emprego com carteira assinada”.
“O emprego, com todos os direitos, gera autoestima e um ciclo virtuoso da economia. Quanto mais gente emprega, mais gente recebe salário, comprando e produzindo”, disse, relembrando o nível de pleno emprego alcançado a partir da sua gestão entre 2007 e 2011.
Ao criticar a “antirreforma trabalhista” iniciada no governo de Michel Temer e ampliada por Jair Bolsonaro, o pedetista destacou a expressiva subtração de direitos a partir de uma “flexibilização criminosa”. O pacote de mudanças será, segundo ele, revogado na gestão de Ciro.
“Tiraram o fundo de garantia com o emprego temporário e fizeram da PJ [Pessoa Jurídica] um escape para burlar as regras de contribuição dos impostos devidos, como INSS e PIS. Todo esse processo representa o desmantelo da política trabalhista brasileira. Olhem os índices. Estamos perto de 15% de desemprego”, analisou, defendendo ainda o fortalecimento dos sindicatos dos trabalhadores e o retorno das contribuições vinculadas.
“Se fosse solução, por que não está gerando emprego? Esse é o grande desafio. A revogação é prioridade no governo do PDT, trabalhista como a nossa origem. Nós, trabalhistas, criamos a CLT. Getúlio na década de 30. Temos compromisso com o trabalhador”, completou.