A decisão do presidente Barack Obama de por fim ao bloqueio dos Estados Unidos a Cuba que já durava 53 anos, anunciada ontem (17/12) simultaneamente em Washington e Havana, foi saudada pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, como “gesto de solidariedade entre os povos que merece todos os nossos aplausos, digno da política de não violência e de defesa dos direitos civis e direitos humanos – pregada pelo pastor Martin Luther King”.
Lupi frisou: “O gesto de Obama é semelhante à luta de Luther King e temos que aplaudir a decisão”. O presidente nacional do PDT está em João Pessoa (PB), onde assistiu a solenidade de diplomação da vice-governadora eleita – a médica Ligia Feliciano (PDT) – esposa do deputado federal Damião Feliciano (PDT), também diplomado pelo TRE; juntamente com o governador eleito, Ricardo Coutinho (PSB), e parlamentares federais (12) e estaduais (36) eleitos. A decisão de Obama, segundo Lupi, “foi um gesto grandioso e digno do respeito” de toda a comunidade internacional.
Já a presidente Dilma Rousseff, que participava da cúpula do Mercosul na Argentina, tão logo soube do anúncio dos presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raul Castro, comentou:
“Acredito que isto é um marco nas relações de nossa região, mas, sobretudo, do mundo. Cuba tem condições plenas de conviver na comunidade internacional e o fim deste bloqueio é algo extremamente relevante para os cubanos e para toda a América Latina”.
Ao anunciar o reatamento de relações diplomáticas pouco antes de sair para duas semanas de férias, Barack Obama disse esperar “um debate sério” no Congresso dos Estados Unidos para o fim total do embargo a Cuba – que hoje proíbe a maioria das trocas comerciais entre os dois países; rompidos desde 1962 quando Fidel Castro, líder da revolução cubana, se alinhou ao bloco liderado pela antiga União Soviética.
Obama confirmou também que Cuba libertou o prisioneiro americano Alan Gross e, em troca, Washington libertou três agentes cubanos presos nos Estados Unidos que, imediatamente, voltaram à ilha. As transferências de Gross e dos cubanos Luis Medina, Gerardo Hernandez e Antonio Guerrero foram concluídas ontem mesmo.
“A mudança é ainda mais difícil quando carregamos a carga pesada da história em nossos ombros, mas hoje estamos fazendo essas mudanças porque é a coisa certa a fazer”, frisou Obama em Washington, ao anunciar a normalização das relações diplomáticas com Cuba. Segundo ele, seu gesto encerra “uma abordagem antiquada” da política americana, faltando agora o rompimento do bloqueio econômico, decisão do Congresso.
O presidente americano disse acreditar que os Estados Unidos poderão “fazer mais para ajudar o povo cubano”, negociando com o governo de Havana. E antes de encerrar, disse ainda em espanhol a frase: “Somos todos americanos”.
Em Havana, Raúl Castro confirmou o restabelecimento de relações diplomáticas e disse que quer restabelecer os vínculos especialmente no que se refere a viagens, correio postal direto e telecomunicações. “Exorto ao governos dos Estados Unidos a remover os obstáculos que impedem os vínculos entre nossos povos”, disse Castro, referindo-se as restrições econômicas que ainda existem e precisam ser revogadas.
“Devemos aprender a arte de conviver de forma civilizada com as nossas diferenças, especialmente em matéria de soberania nacional, democracia, direitos humanos e política externa. Raul Castro, em seguida, complementou: “Reafirmo a nossa vontade, a vontade de Cuba, de dialogar sobre todos esses temas”.
Tanto Obama quanto Raul Castro elogiaram o papel do Vaticano e do Papa Francisco em facilitar as negociações, rompendo o gelo entre os dois países. Obama dissse que o Papa ajudou ao pressionar pela libertação do americano Alan Gross e Raúl Castro também agradeceu o apoio do Papa Francisco para “ajudar a melhorar as relações entre Cuba e os EUA”. Castro também agradeceu ao Canadá pelo apoio logístico.
Logo após anúncio oficial do reatamento, o Papa Francisco parabenizou Cuba e os Estados Unidos e disse que continuará a apoiar o fortalecimento das relações bilaterais.
Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que também estava na cúpula do Mercosul, na Argentina, disse que a troca de prisioneiros entre EUA e Cuba foi um gesto corajoso do presidente Barack Obama e uma vitória para Cuba. “Temos que reconhecer o gesto de Obama, como um gesto corajoso e necessário”, disse Maduro.
O degelo entre os Estados Unidos e Cuba começou em dezembro de 2013, quando Fidel Castro revelou que o seu irmão, o presidente Raúl Castro, falou com o presidente americano Barack Obama durante um histórico aperto de mão dele e Obama, nos funerais ano passado do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que teve como testemunha privilegiada a presidenta Dilma Roussef, que estava ao lado de Raul Castro no momento exato em que os dois se cumprimentaram (foto).
Na ocasião, pelo jornal “Granma”, Fidel escreveu: “Felicito Raúl por seu brilhante desempenho, firmeza e dignidade quando, em gesto amável mas firme, saudou o chefe do governo dos Estados Unidos, Barack Obama e lhe disse, em inglês: ‘Senhor presidente, eu sou o Castro”.
OM – Ascom PDT/midia