O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, esteve ontem no Palácio do Planalto em Brasília para participar da reunião do Conselho Político do Governo que reuniu ministros, presidentes de partido e líderes. Assediado por jornalistas ao final do encontro, Lupi disse que a presidente Dilma Rousseff deve chamar “brevemente” o PDT para discutir o nome do partido que vai assumir o Ministério do Trabalho.
Lupi explicou aos jornalistas que a Presidente “ainda não nos chamou para essa discussão (definição do novo nome do Ministério do Trabalho), mas deverá chamar brevemente”. E acrescentou, segundo a agência Estado: “Ela é quem define, não somos nós. Os nomes já estão ventilados.”
Confirmou que estão cotados para o cargo de Ministro do Trabalho os deputados Vieira da Cunha (PDT-RS) e Brizola Neto (PDT-RJ), além do secretário-geral do PDT, Manoel Dias.
“Como presidente do partido, não tenho preferência. Qualquer companheiro é bom companheiro”, respondeu, ao ser questionado sobre qual seria o nome melhor, destacando ainda que “o PDT continua no Ministério do Trabalho”. Interinamente responde pelo Ministério Paulo Roberto Pinto, secretário executivo, ligado ao PDT-RJ.
Sobre sua relação com Dilma, ele negou que a sua saída do governo tenha alterado a convivência dos dois. “(Ela) me cumprimentou muito bem. Somos amigos e continuamos amigos”, afirmou. Questionado se ainda ama a presidente Dilma Rousseff, Lupi riu e disse, dirigindo-se aos repórteres: “E a todos vocês”.
Na primeira reunião com os partidos aliados este ano, Dilma teria afirmado que as eleições de outubro não podem dividir a base do governo e que a máquina pública não será usada para ambições eleitorais. Ela também gostou da proposta de estabelecer uma meta de investimento público.
A oito meses do pleito municipal que poderá colocar em lados opostos diversos partidos que lhe dão sustentação, Dilma afirmou a seus aliados que o governo não será usado para dar impulso a candidaturas. Parte da primeira reunião foi focada no projeto de Dilma de instituir monitoramento em tempo real das ações do governo, acompanhamento de gestão e melhoria dos serviços prestados à população, segundo informou a ministra Ideli Salvatti.
Como habitual, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um panorama do cenário econômico doméstico e internacional. Disse que o contigenciamento do Orçamento para este ano ainda não está pronto e que o investimento do governo irá crescer mais de 10 por cento neste ano. O presidente do PP, Fernando Dornelles (RJ), sugeriu à Dilma a criação de uma meta de investimentos ao governo, semelhante às de inflação e superávit já existentes.
A proposta agradou à presidente, que pediu a Mantega estudos sobre a ideia.
Ideli afirmou que a agenda do governo no Congresso será mais intensa no primeiro semestre, devido às eleições de outubro, que devem esvaziar o Legislativo. A ministra definiu como prioridades a criação do fundo dos servidores públicos, o Funpresp, que deverá ser votado depois do Carnaval; a Lei Geral da Copa, a última votação do texto que reforma o Código Florestal e o fim do incentivo às importações por alguns portos brasileiros.
Ascom/OM