O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou, nesta quarta (18), durante o lançamento de um manifesto pela democracia, assinado por sete partidos progressistas, que o que acontece atualmente no Brasil é uma repetição da conturbada década de 60 – quando após sucessivas tentativas, os militares instituíram a ditadura militar no País e empurraram a nação em um abismo autoritário que perdurou por mais de 20 anos. Lupi também pregou união do campo progressista em torno da defesa intransigente da democracia brasileira.
Lupi discursou no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, ao lado dos presidentes do PT, PSB, PSOL, PCdoB, PCB e PCO, durante o lançamento do “Manifesto Pela Democracia, Soberania Nacional e Diretos do Povo Brasileiro”. O documento (íntegra) mistura denúncias de retiradas de diretos dos brasileiros com a defesa das instituições democráticas, baseado em três eixos fundamentais: defesa intransigente das liberdades democráticas, dos diretos políticos e de eleições livres.
Lupi iniciou seu discurso relembrando a Campanha da Legalidade liderada por Brizola em 1961, quando, governador do Rio Grande do Sul, garantiu a posse de Jango na presidência da República depois da renúncia de Jânio Quadros, através de um grande levante popular iniciado nos porões do Piratini, sede do governo estadual.
“Em 1961, Brizola tocou o coração dos brasileiros que optaram pela ordem democrática e, via rádio, dos porões do Piratini, liderou o movimento que ganhou adeptos em todo o país e garantiu a posse de Jango, retardando o golpe militar em três anos”, relembrou.
Lupi também pregou união entre as forças progressistas neste momento, classificado por ele como o “mais delicado desde a reabertura política em 1985”.
“Temos que nos unir em torno do que nos fortalece neste momento. Temos que entender que o enfraquecimento da democracia nos atingiu e nos fragilizou, através de um tribunal de exceção que exerce um perigoso poder através do Judiciário, suas decisões e seus homens que se colocam acima da Constituição brasileira”, alertou Lupi.
Lupi também criticou duramente o que classificou como “novelização de setença”, dando como exemplo o recente processo que levou o ex-presidente Lula à condenação.
“Sentença nos tribunais brasileiros, e principalmente da nossa suprema corte, virou um capítulo de novela, transmitido ao vivo para todo o Brasil e mostrando para quem quiser ver que a justiça enxerga, tem vontade e pune àqueles que vão contra seus interesses. A prisão de Lula comprovou isso pela rapidez e total atropelamento do processo jurídico. Prenderam Lula não pelos seus erros, mas pelos seus acertos, por olhar para o pobre, promover o movimento contra a desigualdade social e por defender os menos favorecidos”, afirmou Lupi.
Lupi terminou sua fala lembrando que a própria história será responsável por delatar àqueles que hoje trabalham contra o povo brasileiro.
“A mentira pode perdurar por algum tempo, mas uma hora a verdade vence. Esses que hoje roubam o sonho de milhões de brasileiros, que retiram seus diretos e querem acabar com sua aposentadoria, serão apontados pela história como os grandes dilapidadores das nossas riquezas, como sempre acontece”, finalizou Lupi.