O livro El Caudillo – Leonel Brizola, Um Perfil Biográfico, foi lançado no dia 07 de agosto, uma quinta-feira, às 18:30 hs, no Rio de Janeiro, no Museu da República.Trata-se da primeira biografia de Leonel Brizola, quatro anos depois da morte repentina do velho líder trabalhista, que sacudiu a política brasileira nos últimos 50 anos. De autoria do jornalista político FC Leite Filho, há 40 anos residindo na cidade, o livro, de 544 páginas, 24 das quais de fotografias. Editado pela Aquariana (0xx11-5031-1500), de São Paulo, a obra pretende fazer uma síntese da tempestuosa vida de Brizola. Ele aborda sua travessia desde a juventude, na Ala Moça do antigo PTB, em 1946, e enfoca os episódios que mais a marcaram: Cadeia da Legalidade, encampação de multinacionais no Rio Grande do Sul, as polêmicas com a mídia, Carlos Lacerda e o Presidente Kennedy eo programa de educação integral dos CIEPs.
A revista Carta Capital, de Mino Carta, abre três páginas de sua edição impressa desta semana, com reprodução no site, assinada pelo jornalista Luiz Antônio Cintra, para uma entrevista do autor d “El Caudillo”, com a seguinte chamada: Brizola sem retoques – Autor de El Caudillo, o jornalista FC Leite Filho recupera a trajetória do líder que não temia o confronto”. Leia a reportagem, clicando aqui, que o levará ao site de Carta Capital.
Sobre o livro, escreveu o jornalista Pedro Ayres, do Rio de Janeiro:”Os brasileiros que não viveram e nem participaram da vida política brasileira dos últimos 60 anos têm agora a oportunidade de conhecer a história de um grande brasileiro. Alguém que realmente merece o título de “el caudillo”, que em espanhol quer dizer o que é líder e estadista, bem ao contrário do preconceito americanizado que há muito vigora por estas plagas. É muito importante que a História nacional seja revista, pois, não se pode permitir que o controle ideológico e até semântico da nossa cultura continue, caso contrário perderemos a nossa identidade nacional”.
FC Leite Filho era muito próximo de Brizola, desde que o conheceu, no fim do exílio, em Lisboa, em 1979, mas esbarrou numa séria dificuldade: seu personagem não gostava de falar de si próprio. Daí sua recusa em depor para os biógrafos, incluindo um de Fidel Castro. Cautela, timidez, medo da morte? Ninguém sabe, mas o jornalista brasiliense conseguiu, ao longo de quase 12 anos de pesquisas e, claro, aproveitando muito do contato direto com o biografado, traçar um perfil apreciável dEl Caudillo(o termo é aqui usado na acepção original e vigente na América Espanhola de chefe guerreiro).
Ali estão relatados acontecimetnos que viraram história, como a derrota que aplicou ao Exército, que, em 1961, vetou a posse do Vice-Presidente João Goulart; os embates com os Diários Associados e a Globo e as vitórias eleitorais em territórios gaúcho e fluminense. Estão também suas derrotas monumentais, como aquela que quase o levou à Presidência da República, em 1989, e o seu longo definhar eleitoral.
Por que ele não se elegeu Presidente, em 1989, quando já tinha dado a volta por cima da cassação e do exílio de 15 anos? É o que se propõe a relatar e avaliar aqui o repórter e analista político FC Leite Filho, que conheceu Brizola em Lisboa, dias antes da anistia, em 1979, quando com ele entabulou uma longa convivência que, nos últimos tempos, se tornou quase diária. É desta aproximação e da farta documentação que reuniu , que o autor tenta enfocar os altos e baixos do último dos grandes caudilhos sul-americanos.
Diz o prefácio do jornalista e ex-deputado Neiva Moreira, de 90 anos, secretário-geral da Frente Parlamentar Nacionalista (1964) e um dos braços-direitos de Brizola: Aqui se retrata a longa e acidentada ação política e social e os pequenos e grandes fatos da vida deste brasileiro, com quem convivi por mais de 40 anos, tanto nos momentos de glória como nos de opróbrio. O livro tem o formato de 16 X 23, com 544 páginas e custará R$ 60,00.
Sobre o Autor
Francisco das Chagas Leite Filho, (Sobral Ceará, 1947) reside em Brasília desde 1968. Começou no rádio, em sua cidade, aos 14 anos, e na capital, militou nos principais jornais Correio Braziliense, Diário Popular, Estado de Minas, Jornal do Brasil, Correio do Povo, O Globo e Folha de S. Paulo. Em 1977-78, atuou como correspondente do Correio, em Londres. Conheceu Leonel Brizola quando este ainda era exilado, em Lisboa, em 1979, como enviado especial do CB . A partir daí desenvolveu intensa amizade com o líder trabalhista, tornando-se membro do Diretório Nacional e assessor na Liderança do PDT, em 1989.
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