Lideranças nacionais contrárias à reabertura da Estrada do Colono pedem que Unesco se posicione


Da Redação
09/06/2021

Passados 20 anos desde o fechamento da estrada ilegal, a floresta já tomou conta do espaço e se regenerou totalmente

O vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) e o deputado estadual Goura (PDT-PR), juntamente com o senador Fabiano Contarato (Rede Sustentabilidade do Espírito Santo), encaminharam nessa segunda-feira (7), uma carta para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) na qual pedem um posicionamento do organismo internacional sobre os riscos da reabertura da Estrada do Colono e às consequências referentes ao título de Patrimônio Natural da Humanidade concedido ao Parque Nacional do Iguaçu (PNI).

O posicionamento da Unesco é necessário, de acordo com os autores, porque está na pauta da Câmara dos Deputados a votação de urgência para o Projeto de Lei N.º 984/2019, de autoria do deputado federal Vermelho, do PSD/PR, que altera a Lei 9.985, de 18 de Julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), para criar a categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável denominada Estrada Parque e instituir a Estrada Parque – Caminho do Colono, dentro da Zona Intangível do Parque Nacional do Iguaçu.

“Passados 20 anos desde o fechamento da estrada ilegal, a floresta já tomou conta do espaço e se regenerou totalmente. A nova abertura da estrada seria uma sangria dentro deste que é um dos Parques Nacionais mais emblemáticos do mundo, detentor de uma das Sete Maravilhas da Natureza e considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco”, afirma trecho do documento encaminhado, nesta segunda-feira (7).

A Estrada do Colono não existe mais

Em novembro de 2019, Goura, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Paraná, e o senador Contarato fizeram um sobrevoo de helicóptero sobre o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, na Região Oeste Paranaense, e constataram que a proposta de reabertura não é viável e seria um crime ambiental porque a mata no antigo leito da estrada está completamente regenerada.

“Não faz sentido nenhum a reabertura, pois a estrada foi tomada pela floresta”, disse Goura. Segundo ele, é preciso preservar este santuário que é um dos poucos remanescentes da Mata Atlântica. “Devemos preservar o Parque Nacional para as futuras gerações. Vamos lutar pelo fortalecimento e ampliação das Unidades de Conservação do Brasil. Basta de retrocessos. Temos que dizer não à Estrada do Colono e a outros ataques ao meio ambiente”.

Veja aqui a íntegra da carta encaminhada à Unesco.