O líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz (PE), encaminhou nessa terça-feira (19) pedido de esclarecimentos ao ministro da Justiça, André Mendonça, sobre possível vazamento de informações sigilosas ao senador Flávio Bolsonaro pela Polícia Federal do Rio de Janeiro no decorrer das eleições de 2018.
De acordo com denúncia do empresário Paulo Marinho, em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo, um delegado da PF teria adiantado ao então candidato a senador que uma operação – Furna da Onça – envolveria seu chefe de gabinete na Assembleia Legislativa, Fabrício Queiroz.
Ainda de acordo com o empresário, que é suplente de Flávio Bolsonaro no Senado Federal, o delegado teria dito, inclusive, que a operação foi adiada para depois do segundo turno da eleição para não prejudicar o candidato à Presidência Jair Bolsonaro. De fato, a operação Furna da Onça foi deflagrada em 8 de novembro de 2018, pouco mais de uma semana após o segundo turno das eleições presidenciais, conforme destaca o pedetista no requerimento de informação.
Conforme destaca ainda o líder pedetista, Marinho relatou ouvir de Flávio Bolsonaro que o delegado da PF o teria orientado a exonerar Fabrício Queiroz. “No dia 15 de outubro de 2018, foram demitidos dos cargos Fabrício Queiroz e sua filha, Nathália Queiroz, na época lotada no gabinete do então deputado federal, Jair Bolsonaro, da Câmara dos Deputados”, ressalta Wolney.
Diante dos relatos de Marinho, o líder do PDT solicita ao ministro da Justiça as seguintes providências:
– indicação dos delegados e dos agentes da Polícia Federal que tiveram acesso ao inquérito da Operação Furna da Onça;
– indicação das medidas adotadas pela Polícia Federal, para investigar eventual desvio de conduta em relação à divulgação de informações preliminares sobre a Operação Furna da Onça;
– registro das imagens internas e externas dos sistemas de câmeras da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, no período de 13/10/2018 a 28/10/2018.