Carta ao Globo
É melancólico, mas compreensível que justamente agora O GLOBO, tão distante editorialmente dos acontecimentos que sacodem o Maranhão, resolva publicar uma reportagem sem cuidados e desprovida da menor responsabilidade, injuriando a memória de meu avô Leonel Brizola e de sua família. E, mais grave, ter como fonte o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI).
Muitos leitores de O GLOBO sabem que Brizola foi o político mais vasculhado e perseguido da política brasileira por 50 anos. Nada encontraram. Este mesmo aparato de espionagem, repressão e tortura da ditadura articulou a fracassada operação eletrônica ” Proconsult ” , para tentar usurpar o poder popular outorgado a Brizola nas eleições de 1982.
O espantoso é verificar que matérias que deveriam ser jornalísticas, com responsabilidades históricas, acabem se tornando pauta de interesses de um dos artífices e beneficiários do golpe de 64, – conhecido do povo brasileiro de longa data – senador José Sarney. Poderoso, agora mordido paroquialmente, não suporta a sobrevivência saudosa na memória do povo brasileiro, daquele que foi seu adversário e seu antípoda, o ex-governador Leonel Brizola.
Rio de Janeiro, 29 de março de 2009
Deputado Brizola Neto
Líder do PDT