Aconteceu, no último domingo (29), na cidade do Rio de Janeiro, o XVII Congresso Municipal da Juventude Socialista. Jovens pedetistas de toda cidade e municípios limítrofes compareceram no Parque Madureira, o terceiro maior do Rio de Janeiro, no subúrbio carioca, para discutir política e eleger a nova direção (2018-2020). No local, também ocorreram atrações culturais como a exposição “Filhas da Luta”, sobre mulheres importantes na luta política nacional e a apresentação do Bloco Carnavalesco Órfãos do Brizola.
O tema proposto, “Um projeto Alternativo de Cidade”, abordou os inúmeros desafios de uma juventude negra, pobre e LGBT na segunda maior metrópole do país. Que mesmo sendo palco de grandes eventos (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016) não conseguiu diminuir o alto grau de desigualdade social. A Cidade “Maravilhosa” hoje está em calamidade pública e sofre com uma Intervenção Federal que aumentou o índice de homicídio e tem no seu comando um bispo-prefeito omisso com a gestão da cidade, que está mais preocupado em desmontar a cultura em prol de um projeto personalista que consiste em evangelizar os cidadãos cariocas de outras denominações religiosas.
O encontro começou com uma de roda de conversa e discutiu dois temas: “Emergências” (intolerância) e “Cultura e a Identidade Carioca”, onde foram expostas as agendas reacionárias que o prefeito institui contra a cultura carnavalesca e as minorias pelos convidados: Alice, presidente estadual da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), Reinaldo Santos, presidente municipal do Movimento Negro, Vitor Almeida, criador da página “Suburbano da Depressão”, no Facebook, Juliana Araújo, presidente do bloco carnavalesco “Enxota Que Eu Vou”, Tiago Veras, presidente estadual do PDT Diversidade e Vitor Dell Rey, cientista social.
Na parte da tarde, aconteceu um painel “Cidades em Disputa” que contou com a participação de Vitor Almeida, Rodrigo Moitrel (criador do “Movimento Ao Ar Livre”) e Everton Gomes, Vice-presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).
Ao final, foi apresentada a paritária Chapa 12, recebida com gritos, aplausos e eleita por aclamação. Composta pela seguinte composição:
Presidente: Natália Moraes, vice-presidente: Sarah Souza, secretário-geral: Renan Uccelli, e tesoureiro: Juliana da Silva, comunicação: Lucas Brasílico e formação política: Victor Straub.
De acordo com Natália Moraes, presidenta (recém reeleita) da Juventude Socialista Carioca, todo o Congresso foi pensado desde o seu tema e local até a direção; e para além do debate das minorias, discutiu-se o empoderamento da cidadania ao pensar a cidade de modo coletivo, buscando a melhor forma de convivência.
“Procuramos debater sobre o racismo deflagrado, o abuso policial, o machismo, o sucateamento do transporte público, privatizações, o abandono dos hospitais, a LGBTfobia, os ataques ao carnaval e a cultura de rua, além de nepotismo, do arrocho aos servidores públicos, do aumento de IPTU e das Igrejas usadas como palanque. Somos jovens do subúrbio, da periferia, das favelas, do asfalto; que trabalham, estudam e batalham por dias melhores”, disse a presidenta.