Venezuelano disputará, em junho, a presidência da União Internacional da Juventude Socialista
O vice-presidente da União Internacional da Juventude Socialista (IUSY) e secretário-geral da juventude do Movimiento al Socialismo (MAS), da Venezuela, Jesús Tapia, abordou a importância da “integração da esquerda” para mudar a realidade da América Lantina.
Candidato a presidente da IUSY, no pleito virtual programado para junho, o venezuelano mostrou, ao longo da entrevista promovida nesta semana, por email, pela Juventude Socialista, que faz oposição ao atual “regime venezuelano” e prioriza, como princípio básico, a “defesa da justiça social, da democracia e da igualdade para todos”.
Jesus, para começar gostaríamos de te dar as boas-vindas ao Brasil, através das redes do PDT e da Juventude Socialista. Por favor, se apresente.
Muito obrigado, queridos colegas. Jesús Tapia, secretário-geral da Juventude do MAS, da Venezuela, e vice-presidente mundial da IUSY.
Como ser um jovem de esquerda na Venezuela e não ser chavista?
Um jovem, com princípios e valores claros de socialismo democrático, não se encaixa na ideia de um regime que mantém o sonho da juventude venezuelana sequestrado e a democracia rompida. O regime venezuelano é tudo, menos socialista.
Na sua visão de mundo, qual o papel e a importância da integração e solidariedade internacional entre partidos e organizações políticas.
O internacionalismo é fundamental nestes tempos. Quero referir, especialmente, a importância que tem para que os setores progressistas mundiais possam ser unificados numa única plataforma e, assim, definir estratégias conjuntas que permitam enfrentar as grandes desigualdades que atravessam as nossas sociedades, bem como a firme defesa da justiça social, da democracia e da igualdade para todos.
Os últimos dez anos foram de avanços e retrocessos na América latina. Como destacado líder regional acredita que o exemplo da Frente Ampla do Uruguai pode prevalecer no Brasil?
Como mencionei, os setores de esquerda devem unir esforços se realmente queremos grandes mudanças em nossos países. Há experiências que nos permitem ver a importância de trabalharmos juntos por um objetivo claro, que deve ser sempre o bem comum dos nossos povos. A integração da esquerda é uma tarefa pendente na América Latina. Nós, jovens, não podemos descansar até vermos essa integração possível.
Gostaríamos de ouvir um pouco das suas propostas e pensamentos gerais como candidato a presidente da IUSY.
Durante os últimos cinco anos, pude exercer uma grande responsabilidade na IUSY, como vice-presidente, e também como coordenador do comitê americano, experiência que também me permitiu crescer e me preparar para, hoje, me apresentar para presidir uma importante organização juvenil.
IUSY deve se tornar parte das soluções para os conflitos de nosso tempo. A obra da juventude de esquerda deve ser repensada e reformulada em todo o panorama das ações da atualidade. Quanto maior for a força, a unidade, a equidade e a democracia de nossas organizações, maiores serão as transformações que poderemos promover.
Promoveremos a criação de reuniões regionais além do comitê; que servem para a integração, formação e acompanhamento dos jovens; assumiremos as bandeiras de defesa dos jovens deslocados obrigados a cruzar fronteiras na busca de garantir as necessidades básicas, inclusive a proteção de suas vidas; abordaremos urgentemente os desafios que nossos jovens enfrentam: emprego, saúde, igualdade de gênero e acesso à educação e faremos a ampliação e o fortalecimento das campanhas pelos novos direitos (casamento igual, descriminalização do aborto e legalização da maconha).
Estou convencido de que todos nós podemos fazer da IUSY uma organização com maior impacto global. Aspiro ter o apoio de todas as organizações para assumir esta importante posição.
Uma mensagem final para os militantes do PDT, da JS, bem como ao povo brasileiro em geral.
Caros colegas, mantenhamo-nos firmes na luta pela justiça social, pela democracia e pela solidariedade. Apostamos na integração de setores progressistas e na concretização das mudanças que almejamos no Brasil, na América Latina e no mundo.