“Democratizada, a internet pode se consolidar, em todo o Brasil, como um meio catalisador no ensino público, tão fundamental para emancipar o nosso povo”, afirmou o presidente da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini (FLB-AP), Manoel Dias, ao abordar, no ‘Quartas Trabalhistas’ de hoje (10), a inovação tecnológica como ferramenta facilitadora do processo educativo. O debate virtual contou com a palestra da presidente do Movimento Trabalhista pela Educação pedetista, Maria Amélia.
Segundo Dias, que também é secretário-geral nacional do partido, o conhecimento é um pilar essencial para promover a transformação que o Brasil precisa. Por isso, sempre esteve na linha de frente dos projetos exitosos das gestões do PDT.
“O principal compromisso do partido é com a educação. Leonel Brizola aprofundou o tema no Rio Grande do Sul, com as ‘brizoletas’, e ao criar o projeto dos CIEPs em conjunto com Darcy Ribeiro”, comentou.
Para a professora Maria Amélia, que trabalhou na formação dos professores desde a gestão brizolista no estado fluminense, o selo pedetista de qualidade mostra que o modelo é diferenciado e foi revolucionário.
“A educação, para a nossa proposta trabalhista de partido, é integral. E isso Darcy se preocupou muito na construção dos CIEPs, pois garantiu que abrangesse todos os pontos e possibilidades de inclusão. Nessa sistemática, já continha uma metodologia integradora”, lembrou, ao garantir um feito: “As escolas do Brizola deixaram até os mais ricos com inveja, pois viram os pobres privilegiados”.
Nessa quebra de paradigmas, Maria Amélia cita a disposição protagonista, naquela época, de implementar processos pioneiros que agregassem a qualidade do ensino presencial com as novas possibilidades ofertadas pela difusão do computador e, posteriormente, da internet.
“Os CIEPs, já na década de 80, tinham salas com computadores. Inclusive da marca Apple. Mostra, portanto, a vanguarda do projeto pedetista difundido não só na capital, mas por todo o estado do Rio”, relatou, ao fazer questão de lembrar do dinâmico processo de desenvolvimento dos educadores. “A formação continuada dos professores, em horário reverso e dentro da escola, ocorria em conjunto com o conhecimento da realidade local a partir da televisão e do computador. Assim, todos eram formados integrados com a cultura da região”.
Realidade x tecnologia
Trançando um paralelo entre as últimas quatro décadas e a atual situação do ensino no Brasil, Maria Amélia relata que a educação a distância, somente, não é o principal elemento, mas uma das variantes, onde os profissionais estão aprendendo a lidar diante das mudanças dinâmicas das metodologias de ensino.
Nesse ponto, a pedetista retorna à questão da qualificação diante de realidade que varia em cada região do país, tanto no perímetro urbano, quanto nas zonas rurais.
“O ensino remoto deve ser um modelo em que a formação dê conta. Não é fácil. O professor deve aprender, mas não fomos preparados e plenamente atualizados para isso. E a disponibilização dos meios tecnológicos é outra barreira que deve ser quebrada”, comentou.
“Na pandemia se mostrou, cada vez mais, a necessidade de se importar com a realidade dos professores. Os governos precisavam se preocupar mais com a formação e o salário dos servidores da Educação. Muitos não conseguem nem comprar um computador”, completou.
Evolução
O diagnóstico relatado, onde a desigualdade brasileira é ainda evidenciada, principalmente, no ensino, foi amenizado, mas não solucionado, na última década. Segundo o IBGE, o uso da internet cresceu no país e, atualmente, indica que mais de 70% da população está conectada. E diante dessa tendência, a Fundação tem investido na difusão, via Universidade Aberta Leonel Brizola (ULB), de conteúdos de qualidade e com um diferencial: totalmente gratuitos.
Na sua fala final, Dias confirmou o impacto positivo da instituição de ensino, que disponibiliza cursos, no modelo EAD, tanto para quadros do PDT, quanto para a população em geral. E por essa mobilização que surgirão, segundo ele, “caminhos para transformar a vida do povo, considerando, claro, o político”.
“Todo nosso trabalho passa diretamente pela ULB. Com essa formação, em conjunto com um projeto de gestão pedetista, certamente os nossos pré-candidatos a prefeito e vereador terão pleno compromisso político e ideológico com as nossas bandeiras”, disse Dias, sendo ratificado pelas lideranças presentes, como a vice-presidente da FLB-AP em Rondônia e representante da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), Marli Mendonça. “Temos que construir nossa base alinhada para sustentar a educação trabalhista, de tempo integral”, agregou.