Internacional Socialista de Mulheres debate expansão da participação política e combate à violência de gênero


Por Bruno Ribeiro
18/10/2024

Organizado pelo PDT  encontro de representantes da América Latina e Caribe homenageia Miguelina Vecchio

A expansão da participação política e o combate à violência de gênero na América Latina baseou os debates de lideranças da Internacional Socialista de Mulheres (ISM) no Rio de Janeiro (RJ). Organizado pelo PDT no Rio de Janeiro, o encontro regional, que ocorreu nesta sexta-feira (18), contou com uma homenagem à Miguelina Vecchio, ex-vice-presidente do partido brasileiro e da organização mundial.

Na abertura do fórum paralelo à reunião anual do Comitê para América Latina e Caribe da Internacional Socialista (IS), que será realizada entre sábado (19) e domingo (20) na capital fluminense, as representantes exaltaram o legado e a representatividade da pedetista Miguelina Vecchio, que faleceu em 2023.

Entre os presentes no auditório, o vice-presidente da organização e presidente nacional licenciado do partido brasileiro, Carlos Lupi, a presidente da ISM, Janet Camilo, o presidente do Comitê, Miguel Vargas, além das demais representações pedetistas, como a vice-presidente nacional, Sirley Soalheiro, o secretário-geral nacional, Manoel Dias, a secretária de Relações Internacionais, Juliana Brizola e a presidente estadual em exercício do PDT, Martha Rocha.

Ao citarem da contribuição de Miguelina Vecchio pela justiça social, Janet Camilo e Sirley Soalheiro relataram a constante atuação pelo continente em prol de um ambiente mais inclusivo, participativo e responsável.

“Estamos debatendo pautas importantes que envolvem as mulheres latino-americanas e caribenhas. Enfrentamos a desigualdade social e os estigmas entre nós mesmas, que não serão obstáculos para o desenvolvimento coletivo. Unimos esforços, apesar de possíveis diferenças, para pensar e articular no ambiente político e ampliar as lideranças”, disse Janet Camilo, ao anunciar a entrega de uma placa para a família Vecchio.

“Devemos fazer reflexões e analisar nosso papel para conseguir fortalecer nossas bandeiras e nossas lutas, como o combate ao feminicídio. Com a união de forças, vamos ocupar nossos espaços, que são de direito”, acrescentou Sirley Soalheiro.

Para Carlos Lupi e Miguel Vargas, as mulheres socialistas mostram um diferencial para a construção de ações que garantam a proteção de direitos fundamentais.

“Recebê-las na sede do PDT tem muito simbolismo, pois representa a valorização de uma corrente de pensamento contra a discriminação em qualquer nível. A luta das mulheres é fundamental e contará sempre com a nossa contribuição. A América Latina e Caribe terá um futuro melhor com a participação de todas as socialistas”, afirmou Carlos Lupi, ao destacar o simbolismo de Miguelina Vecchio.

“Buscamos uma maior participação feminina na política diante de todos desafios sociais. A voz feminina tem uma importância estratégica nos espaços de poder e mostram uma diferencial no alcance das políticas públicas. A inclusão feminina não é um favor“, opinou Miguel Vargas.

A primeira sessão centralizou as análises em torno da importância da atuação das mulheres no ambiente político, bem como das realidades e desafios existentes nos países americanos. Mediado por Janet Camilo, a atividade contou com a participação da vice-presidente da ISM, Arelys González, bem como de Juliana Brizola e Martha Rocha.

“As mulheres tem que simbolizar a resistência contra as desigualdades e liderar movimentos de desenvolvimento. Não lutamos somente por espaços. Com consciência e capacidade, vamos buscar representar os anseios dos cidadãos”, relatou González.

Segundo Juliana Brizola e Martha Rocha, a evolução da representatividade feminina precisa ser diariamente ampliada e fortalecida nos espaços de decisão.

“Quando lutamos o espaço, atuamos em prol das mulheres que sofrem o peso da desigualdade. Temos que ampliar a voz feminina na política. Estamos aqui para construir, com coragem e determinação, o futuro das nações. Juntas, quebramos barreiras e preconceitos. A hora é agora e o lugar é aqui”, salientou Juliana Brizola.

“Lugar de mulher é também na política e elas devem ser sensibilizadas. A representação feminina precisa ser fortalecida para alcançar a democracia que sonhamos. Quando as mulheres avançam, a sociedade avança“, valorizou Martha Rocha.

Na sessão final, as socialistas abordaram a situação da violência contra as mulheres no continente, que demanda medidas para transformação da realidade vigente. Entre as possibilidades, o desenvolvimento de políticas públicas inclusivas, o fortalecimento de legislações específicas e a ampliação da visibilidade aos direitos.

Conduzido por Yomaira Sarmiento, a conferência recebeu contribuições de Aicha EI Gorgi, membro do Comitê de Igualdade da IS, de Peggy Cabral.