“O mais grave é que nem a ditadura (militar), que tinha o poder de vida e morte, decretou o fim da CLT”, alertou o secretário-geral do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), Manoel Dias, ao convocar os trabalhadores para a greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária. Com o apoio de sindicatos e centrais sindicais, a mobilização, que será realizada nesta sexta-feira (30), em todo o Brasil, também pedirá a saída de Michel Temer da presidência da República.
“Nós temos agora, dia 30, uma greve geral de protesto contra o golpe e nosso partido está conclamando. Nós queremos que as nossas fundações no Brasil inteiro e os companheiros dos núcleos de base participem ativamente para mostrar a inconformidade da população com este governo e com as medidas que eles estão propondo”, comentou Dias, que foi ministro do Trabalho e Emprego.
Ao criticar a aprovação ontem (28), pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, do relatório de Romero Jucá (PMDB-RR), que é favorável à reforma trabalhista e não apresentou nenhuma alteração sobre o texto oriundo da Câmara dos Deputados, Dias indicou que a CLT foi um marco decisivo e fundamental na construção do Brasil moderno. “Permitiu que os trabalhadores tivessem, mal ou bem, uma reserva de direitos”, lembrou.
Para ele, é natural que reformas tenham que ser feitas. “O mundo é dinâmico, muda, mas essas reformas não podem mexer na essência, que é a preservação dos direitos dos trabalhadores”, completou.
Sobre o patrimônio público, o pedetista ponderou ainda que as medidas de Temer seguem entregando as riquezas da nação. “É a demonstração do que o golpe representou contra os interesses do nosso país. Dentro desse projeto está dilapidação do patrimônio público, como a venda da Petrobras, Correios e outras empresas que são fundamentais para o desenvolvimento nacional”, concluiu, ressaltando a necessidade de manter a soberania do Brasil.