Acompanhamos nos últimos dias em noticiários nacionais, mais um episódio de desmando do Governo Federal em relação à saúde pública. Desta vez, a vítima foi a saúde mental e seus serviços. O mais revoltante é que ao passo que temos uma sustentação no número de casos de Covid-19 e uma indefinição sobre a vacinação, temos também um avanço nos casos de transtornos psicológicos, como quadros de ansiedade e depressão, decorrentes em grande parte do aprofundamento da crise financeira e do distanciamento necessário para frear a curva de casos.
Com o desgoverno Bolsonaro, precisamos praticar quase que diariamente um exercício crítico às decisões do Ministério da Saúde, que agora, fala em revogar aproximadamente 100 portarias relacionadas à saúde mental no Brasil. Programas que atendem as populações mais necessitadas, como os CAPS, a Rede de Atenção Psicossocial, o Consultório de Rua e outras estruturas da pasta. Mais uma vez, precisamos nos organizar para evitar essa desarticulação da política de saúde mental.
Essa decisão não foi discutida com o Conselho Nacional de Saúde, os estados e profissionais da área. Essa política pública de saúde mental não pode ser descontinuada e muito menos sofrer corte de recursos. Como agravante, no último mês de novembro, o contrato da empresa que realizava exames de genotipagem no SUS, foi suspenso. Esse procedimento é feito em pessoas com HIV, Aids (a doença causada pelo vírus) e hepatites virais.
Desde o início do meu mandato na Câmara Municipal de Fortaleza, fui um defensor contundente de programas voltados à saúde pública e ainda a importante conquista para o município, como a realização do primeiro concurso da história para profissionais e usuários voltado à saúde mental. Por fim e paralelo a isso, faremos um requerimento ao Ministério da Saúde cobrando explicações acerca dessas notícias divulgadas nos últimos dias.
Precisamos saber com clareza o que a pasta pensa a respeito da saúde mental para nossa população. Essa é uma causa que luto desde quando me tornei profissional de saúde há mais de vinte anos. Vamos nos unir e salvar o SUS!