“O resultado desse regime econômico (capitalismo) é profundamente trágico. Não só explorador e expropriador, como excludente”, afirmava o professor
Signatário da Carta de Lisboa, ao lado de Leonel Brizola, e um dos fundadores do PDT, o economista e sociólogo brasileiro Theotônio dos Santos morreu nesta terça-feira (27), aos 81 anos, vítima de um câncer no pâncreas. Natural de Carangola, interior de Minas Gerais, é considerado um dos principais pensadores latino-americanos da segunda metade do século XX e início do século XXI.
Ao lado de Vânia Bambirra, com quem se casaria, e Ruy Mauro Marini, formulou a teoria marxista da dependência e trabalhou, a partir de 1962, na recém-criada Universidade de Brasília (UnB), a convite de Darcy Ribeiro.
Ocupante dos cargos de coordenador da cátedra Unesco em Economia Global e Desenvolvimento Sustentável, era professor emérito da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor visitante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ele escreveu 38 livros, foi coautor ou colaborador de 78 livros, que foram publicados em 16 línguas, sobre temas que envolvem a relação entre capitalismo, desenvolvimento, dependência e imperialismo.
Para exaltar todo seu legado, reapresentamos a entrevista que Theotônio concedeu, em 2009, à Revista Ciência & Luta de Classes (versão digital), publicação do Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES).
Em um trecho, exalta a representatividade de Leonel Brizola na luta pela democracia durante o processo de tentativa de implantação do golpe militar, na década de 60.
“Depois veio o fenômeno Brizola, que foi muito importante naquele momento, pois Brizola parou o golpe de Estado em 1961 com uma mobilização militar muito forte, não só ganhou o III Exército e a polícia militar, bem como distribuiu armas para a população formar milícias. Isso agregava ao movimento de esquerda, lembrando que o comunismo não era algo de que podíamos falar muito”, afirmou.
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