Evento integra atividades da Fundação em homenagem ao maior movimento agrário da história do Brasil
A trajetória de luta de Francisco Julião e das Ligas Camponesas será celebrada nesta sexta-feira (30), às 18h, com o lançamento da cartilha “Francisco Julião” em Maceió. A atividade acontece na sede estadual do PDT, na Rua 7 de Setembro, Centro da capital alagoana, e integra a série de ações comemorativas pelos 70 anos do movimento, coordenadas pela Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).
Organizado pela FLB-AP em Alagoas, sob a coordenação do jornalista Alexandre Câmara, o evento contará com uma palestra do sociólogo Henrique Matthiesen, coordenador nacional do Centro de Memória Trabalhista (CMT) e organizador editorial da cartilha. Matthiesen atua há anos na preservação da história do trabalhismo brasileiro e trará reflexões sobre o papel das Ligas Camponesas e o legado político e social de Francisco Julião.
A publicação integra a série Memórias Trabalhistas, desenvolvida pelo CMT, e reúne textos de Carlos Lupi, André Figueiredo e Manoel Dias. A cartilha apresenta registros históricos, discursos e análises sobre a atuação de Julião como advogado, deputado federal pelo PTB e liderança camponesa. Ao lado de nomes como Leonel Brizola e João Goulart, Julião se tornou símbolo da luta por reforma agrária e justiça social.
Criadas na década de 1950, as Ligas Camponesas se consolidaram como o principal movimento de organização dos trabalhadores rurais do país. A partir do Engenho Galiléia, em Pernambuco, camponeses passaram a se mobilizar contra a exploração e a ausência de direitos, enfrentando o poder dos latifundiários e denunciando as condições precárias no campo. A articulação promovida por Julião deu força nacional ao movimento, que foi brutalmente reprimido após o golpe de 1964.
A cartilha sobre Francisco Julião resgata essa trajetória de resistência e formação política. Além de celebrar a memória do líder camponês, a publicação reafirma a centralidade da reforma agrária no projeto trabalhista de desenvolvimento nacional — uma pauta histórica que, mesmo após sete décadas, segue viva e necessária.