Eu acredito nessa rapaziada: a juventude de carteira assinada


Por Everton Gomes

Entre janeiro e julho deste ano, o Rio de Janeiro gerou quase 50 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. Um resultado que reflete a tendência de alta que começou com o retorno do prefeito Eduardo Paes ao comando da cidade, e se intensificou com os bons resultados da economia nacional no governo Lula.

Os dados que o Ministério do Trabalho apresentou no Caged e o Observatório do Trabalho Carioca, da Secretaria de Trabalho e Renda do Rio, também revelam que 52,7% dos novos postos formais foram ocupados por pessoas entre 18 e 24 anos, especialmente no comércio, tradicional porta de entrada para o mundo do trabalho.

Observamos a tendência há bastante tempo, e, não por acaso, lançamos o programa Aprendiz Carioca, que capacita nossa juventude, remunerando com bolsa os beneficiários e fazendo com que eles aprendam, na prática, dentro da própria estrutura administrativa da SMTE e de outras instituições municipais.

Um dos principais norteadores de toda boa gestão trabalhista é o combate à discriminação no mundo do trabalho. Uma das principais formas de exclusão é justamente o etarismo, que fecha portas para jovens alegando “pouca experiência”, desconsiderando a óbvia necessidade deles darem o primeiro passo no mundo do trabalho.

Queremos que os mais de dois milhões de cariocas com carteira assinada sejam cada vez mais diversos, representando a sociedade tal como ela é, em todas as suas faixas etárias, cores, origens étnicas e sociais.

Hoje, a maioria dos cidadãos que trabalha na informalidade ou na formalidade parcial, como microempreendedores individuais, deseja alcançar a proteção da CLT e da Previdência Social como trabalhadores de carteira assinada, como nos revelou recente estudo da FGV.

O Rio, com mais de 300 mil vagas formais criadas desde 2021, nos mostra que este é um caminho possível quando há políticas públicas que “compram a briga” dos trabalhadores por mais direitos e oportunidades.

Como dizia Brizola, “quem vem para produzir e empregar deve ser recebido com banda de música”. Queremos nossa cidade, cada vez mais, direcionada para as atividades econômicas que geram empregos formais, revertendo o panorama de precarização do trabalho que vivemos até 2020.

Os jovens, que brilham diariamente no Aprendiz Carioca, são nosso farol de esperança. Eu acredito nessa rapaziada!

 

*Everton Gomes é cientista político e secretário municipal de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro (RJ) e ex-presidente da Juventude Socialista (JS)