O Brasil, ao longo de sua história, consegue apresentar fatos que marcam a vida da sua população. Em 13 de março de 1964, o então presidente João Goulart (Jango) reuniu 200 mil pessoas para apresentar, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, as “Reformas de Base”, importante grupo de propostas que buscava realizar mudanças econômicas, sociais e políticas que permitissem a regressão do subdesenvolvimento e, consequentemente, a redução das desigualdades. Em 5 de fevereiro deste ano, o atual presidente Michel Temer apontou, no Palácio do Planalto, em Brasília, que sua prioridade é atender aos anseios dos elos de sustentação do seu mandato.
Atualmente, o governo federal, liderado por Michel Temer, tenta impor um pacote de medidas, tanto trabalhista quanto previdenciária, que pode ser denominado de “Reformas para Base”. As nomenclaturas são quase similares, porém um detalhe serve de indicativo para mostrar a diferença entre as intenções: a troca das preposições ‘de’ por ‘para’. E não é por acaso. O sentido de base é totalmente oposto. Com Jango, o foco era, efetivamente, o povo, já para o neoliberal, o privilégio atende ao mercado empresarial e ao sistema financeiro.
Esse cenário controverso pode ser ratificado ao analisar os discursos sobre os mesmos temas. Na capital carioca, o ex-presidente trabalhista sintetizou: “Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação, pela justiça social e pelo progresso do Brasil”.
No Distrito Federal, Temer indica que as novas regras representarão um mecanismo asfixia popular, com a supressão de direitos. Um claro retorno do projeto de submissão para combater o avanço da emancipação do povo. “Chega de pequenas reformas. Ou enfrentamos de frente ou iremos condenar os aposentados a bater nas portas do Poder Público e nada receberem [no futuro]”, declarou.
Leia na íntegra o Discurso de João Goulart na Central do Brasil.