Em entrevista à CBN, Ciro defende diálogo para unificar o País

Foto: Victor Schneider

Por Silmara Cossolino
11/04/2018

O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, afirmou ontem, em entrevista à rádio CBN, que é possível unificar o País, desde que se ofereça um projeto nacional de desenvolvimento e que se definam questões estratégicas.

“É possível e necessário unificar o País. Evidentemente que unificar não significa pasteurizar, mas o próximo líder do Brasil tem que ser forte para resistir a essas pressões internacionais”, disse. “O diálogo é a grande ferramenta da construção dessa unidade nacional, mas fundamentalmente o que deve unificar é um projeto nacional de desenvolvimento em que caiba a opinião, o olhar e a compreensão de todos. E que a critica seja feita contra um projeto e não contra pessoas”, ressaltou.

Nesse contexto, Ciro voltou a criticar o sistema tributário por cobrar muito mais da classe media e da trabalhadora indiretamente no consumo. Elencou que a educação e o enfrentamento da violência não podem ser mais ser adiados, e que não é possível ganhar produtividade com 700 mil casos de dengue nas grandes cidades ou 600 mil casos de malaria na Amazônia.

“Não é razoável que o País, assista diariamente a corrupção assentada no centro estratégico do poder, inclusive no Palácio do Planalto, muito menos por acordos políticos feitos em torno do suborno e loteamento da máquina pública”, desabafou.

Ciro também falou sobre privatização e fake news.  Ao ser questionado se era contra a privatização da Eletrobras por ser planejada pelo atual governo ou porque se tratava de questões de controle de água no Brasil, disse que o tema tem que ser ouvido como sinônimo de entrega ao capital estrangeiro.

“Nenhum pais do mundo entrega seu regime de água ao capital estrangeiro. A água vai ser o motivo explicito da guerra desse terceiro milênio. E o Brasil tem o maior acervo de água potável do mundo e 250 hidrelétricas interligadas entre si num sistema muito delicado, que exige gestão estatal para funcionar”, ponderou.

Fake news

Perguntado se temia que a disseminação de informações que não fossem verdadeiras pudesse ser um complicador maior nessas eleições do que em anos anteriores, Ciro foi categórico.

“Desde que a política existe, o boato faz parte e é uma deplorável condução do processo de tentativa de deformação. O que acontece hoje em dia é que a internet permite a disseminação de boatos, numa velocidade muito grande, muito impactante. Os mecanismos de edição e mutação de voz permitem se aproximar de coisas muito concretas. Mas é papel do cidadão se prevenir, se vacinar contra esse tipo de manipulação e tentar olhar por detrás de tudo o que vai acontecer para ver o que de fato está em jogo”, alertou.