Os 65 anos da morte de Getúlio Vargas foram lembrados com um ato na Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba. Em frente à estátua de Getúlio, trabalhistas e simpatizantes lembraram a importância do legado deixado pelo ex-presidente, que governou o Brasil nos períodos de 1930 a 1945, e depois de 1951 a 24 de outubro de 1954, quando se suicidou.

“Getúlio Vargas é um herói brasileiro. Nos garantiu o voto feminino, nos deu a Carteira de Trabalho, criou a Petrobras. Getúlio tinha visão, é o exemplo de um brasileiro sério, honesto e justo”, afirmou o vereador pedetista Tito Zeglin, que há 35 anos repete a homenagem à Vargas no mesmo local.

Da mesma forma, a presidente da Juventude Socialista do PDT Paraná, Thaís Ferreira, lembrou que Vargas foi quem atendeu o clamor das ruas e garantiu o direito de voto feminino. “Além disso, Getúlio nos deu o trabalhismo. Quando penso em Getúlio, penso em resistência”, afirmou.

Para Luan Azevedo, presidente da Juventude Socialista do PDT de Curitiba, Getúlio Vargas foi um estadista. “Getúlio foi quem criou o estado brasileiro”, ressalta.

Após várias falas em homenagem ao ex-presidente, o vereador Tito Zeglin leu a carta testamento de Getúlio Vargas.

“Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”

(Trecho da Carta Testamento, Rio de Janeiro, 23/08/54 – Getúlio Vargas)