“Mulher guerreira, que criou os filhos praticamente sozinha, vencendo os preconceitos e se tornando a primeira mulher negra a ser secretária de Estado no primeiro governo Brizola, no Rio de Janeiro”, é com essas palavras que o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, descreve Edialeda Salgado do Nascimento que, hoje, 28 de maio de 2020, completaria 80 anos de vida.
Uma das das maiores referências na luta do movimento negro e feminino no Brasil – que nos deixou há 10 anos, Edialeda nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e foi médica ginecologista, graduada pela Universidade de Valença, no Rio de Janeiro, sindicalista e ativista política, que entrou para a história ao assumir, em 1982, a Secretaria de Estado de Promoção Social, no governo Brizola, gestão na qual ela também veio a assumir a Fundação Leão XIII.
Contudo, antes de fundar o PDT ao lado do líder trabalhista, a trajetória da pedetista, que era fluente em francês, italiano, espanhol e inglês, foi marcada por fazer parte da equipe do gabinete civil do governo João Goulart, antes do Golpe de 64. Já no PDT, ela foi secretária Nacional do Movimento Negro do partido, atuação que a levou a participar de diversas reuniões e congressos na América Latina, Estados Unidos e Europa, inclusive da Internacional Socialista (IS). Ela também foi organizadora e conferencista do I Congresso de Mulheres Negras das Américas, realizado, em 1984, no Equador, além de criadora e presidente do Centro de Memória Afro Brasileira do Rio de Janeiro.
A trajetória de Edialeda, na sua atuação social pela defesa dos direitos da população negra no Brasil, está entrelaçada na própria história do PDT, o que fez com que a sua importância como referência política seja reconhecida pelas principais lideranças do partido, cuja pauta dos direitos humanos, que tem grande destaque em seu Estatuto, é calcada na defesa dos direitos dos cidadãos mais vulneráveis.
Legado
“Dra. Edialeda foi uma mulher a frente do seu tempo.Viveu sempre na trincheira em busca incessante por igualdade e uma sociedade com justiça social”, define Ivaldo Paixão, presidente nacional do Movimento Negro do PDT.
“Edialeda é um exemplo de garra e resistência. Está eternizada por sua trajetória de luta no movimento de conquistas das mulheres negras. Hoje, a gloriosa médica e fundadora do PDT estaria complementado 80 anos. A saudade só fortalece nossa luta democrática em prol do povo brasileiro”, declara Manoel Dias, secretário-geral nacional do PDT e presidente nacional da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).
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