A presidente Dilma Rousseff acusou o vice-presidente Michel Temer e o ex-deputado Eduardo Cunha, ambos do PMDB, como as pessoas que estão proporcionando ao Brasil uma “espécie de golpe feito não com armas e baionetas, mas rasgando a nossa Constituição”, ao discursar ontem (10/5) em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na abertura da 4ª. Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.
“Vou lutar contra com todas as minhas forças e quero dizer a vocês que, para mim, o último dia do meu mandato é 31 de dezembro de 2018. Eu não estou cansada de lutar, estou cansada, e o Brasil também, dos desleais e dos traidores”, afirmou.
Acrescentou, sendo aplaudida pelas presentes:
“Tenho de honrar as mulheres do meu País mostrando que somos capazes de resistir e de enfrentar. Nossa força não está em sermos ferozes, raivosas, mas em sermos lutadoras, guerreiras e extremamente sensíveis, capazes de amar”, acrescentou.
Dilma revelou que, mesmo se afastada, vai participar de eventos para os quais for convidada e disse que não está cansada de lutar.
“Eu sou uma figura incômoda. Eu me mantenho de pé, de cabeça erguida, honrando as mulheres. [Com isso], ficará claro que cometeram contra mim uma inominável, uma enorme injustiça. Eu vou lutar com todas minhas forças usando todos os meios disponíveis e legais de luta. Vou participar de todos atos e ações que me chamarem. Não estou cansada de lutar. Estou cansada é dos desleais e dos traidores”.
Os que propõem a sua renúncia, argumentou, querem evitar “de todas as formas” que ela continue denunciando o que tem classificado como golpe.
“Para mim é um momento decisivo para a democracia brasileira que estamos vivendo hoje. Sem dúvida estamos num momento em que a gente sente que estamos fazendo a História desse país. A História ainda vai dizer o quanto de violência contra a mulher, de preconceito contra mulher tem nesse processo de impeachment golpista”, disse,