A Convenção Nacional do PDT elegeu na tarde desta sexta-feira, 6 de março, o novo diretório nacional, formado por 312 titulares e 128 suplentes. A chapa única da Executiva foi submetida à votação, sendo eleita por unanimidade. O ministro Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda, foi reconduzido ao cargo. O deputado Vieira da Cunha(RS), reeleito vice-presidente, assume o comando do partido no lugar de Lupi, que vai permanecer afastado.
Em seu discurso de agradecimento, Lupi declarou que o partido precisa se preparar para as eleições de 2010 e mostrar sua cara para poder decidir se terá candidatura própria ou se vai acompanhar algum partido. Ele convocou uma reunião para o dia 22 de junho para discutir o futuro do PDT.
Pela manhã, os pedetistas fizeram um ato de desagravo ao governador do Maranhão, com críticas ao que chamaram de “judicialização” da política. Os senadores Cristovam Buarque(DF) e Osmar Dias(PR) consideraram a cassação do governador um desrespeito à soberania popular. Essa consideração foi apoiada também pelo líder do PDT na Câmara, deputado Brizola Neto, que acredita que ” mais grave do que cassar um homem com o currículo como o de Jackson Lago é querer trazer de volta a família Sarney para o poder. Ele declarou que o seu partido vai recorrer a todas as instâncias para reverter a decisão do TSE.
O deputado Vieira da Cunha, foi aplaudido de pé pelos convencionais depois de ler nota oficial da legenda em apoio a Lago. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral)por cinco votos a dois, determinou na madrugada de quarta-feira a cassação dos mandatos de Lago e do vice-governador, Luiz Carlos Porto (PPS). Eles são acusados de abuso de poder econômico e improbidade administrativa durante a campanha eleitoral de 2006, quando foram eleitos.
O ministro Lupi também saiu em defesa do governador do Maranhão, ao classificar de “injustiça” a decisão do TSE. Lupi disse esperar que o tribunal “reflita” sobre a decisão para acatar os recursos apresentados pela defesa de Lago. “Eu espero que o TSE reflita, isso é uma grande injustiça, eu tenho muito esperança disso ser revertido”, afirmou. Lupi criticou o fato de o tribunal ter considerado, como um dos motivos para a cassação de Lago, a participação do pedetista como pré-candidato em um comício do então governador José Reinaldo Tavares –quando foram doadas cestas básicas para a comunidade. O TSE entendeu que Tavares teria usado a máquina do Estado em favor de Lago.
Lupi disse acreditar que o Supremo Tribunal Federal vai manter Lago no governo do Maranhão uma vez que a Justiça Eleitoral teria cometido “vícios” ao longo do julgamento do caso. Lupi é favorável a uma análise “mais detalhada” do processo contra Lago, o que poderia reverter a decisão do TSE. “Acho que no Supremo essa decisão vai ser revertida, porque é muito fraca a fundamentação para a cassação dele”, afirmou.