Deputados e especialista debateram em Comissão Geral da Câmara, na última semana, as altas taxas de juros cobradas pelos bancos no país. Convidado pela liderança do PDT, Carlos Mauro Benevides Filho, professor da Universidade Federal do Ceará e ex-secretário da Fazenda do estado, apontou a concentração bancária como uma das causas para a elevação das taxas.
“O Brasil tem 5 bancos que detém 82% dos ativos financeiros. Na China, por exemplo, é possível fazer compras e transferência pelo WhatsApp e pelo Google. Esse monopólio do sistema bancário brasileiro de fazer exclusivamente essas operações é um dos pontos que elevam o patamar das taxas de juros”, explicou.
As taxas cobradas em operações de crédito que chegam a mais de 800% do valor original, tornam a realidade das famílias brasileiras cada vez mais difícil de administrar, tendo em vista o crescente endividamento.
Para o deputado André Figueiredo, líder do PDT na Câmara, que também participou do debate, do jeito que está hoje, o País não vai crescer e o desemprego só vai aumentar. “Aonde vamos parar assim?”, asseverou o líder.
Também participando da Comissão Geral, o diretor do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, Flávio Ataliba Flexa Barreto, defendeu a necessidade de o País ter uma poupança nacional. “Taxa de juros é o preço da moeda e nós só cresceremos, só vamos aumentar nossa capacidade de investimentos se tivermos uma poupança nacional”.
Ainda segundo o especialista, há muito tempo o Brasil perdeu a capacidade de planejamento. “Por conta disso, o que assistimos com essa inconsistência macroeconômica do país, que se revela nas altas taxas de juros, está associada à capacidade do país de pensar suas políticas públicas para antecipar problemas”, apontou.
A disparada da dívida interna brasileira em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) que saltou para 75,1% e os comportamentos do governo e dos brasileiros mediante as crises econômicas recentes também estiveram presentes.
O PDT discutiu com os dois especialistas convidados, durante reunião semanal da bancada, alternativas e novos projetos para o setor econômico que possam efetivamente atender às necessidades do Brasil.