A semente do Brasil trabalhista. Com essa definição, o novo projeto nacional de núcleos de base, que é coordenado pela Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), foi debatido com os movimentos do PDT durante a o ‘Quartas Trabalhistas’. Ao longo do programa virtual transmitido nessa quarta-feira (3), nas redes sociais, a análise integrada permitiu o levantamento de sugestões para aprimorar cada etapa do planejamento proposto.
Liderado pelo presidente da FLB-AP e secretário-geral nacional do partido, Manoel Dias, o encontro foi iniciado com a apresentação dos eixos propostos na formulação prévia elaborada pelo coordenador nacional de nucleação, Leonardo Zumpichiatti, que inclui ações políticas e sociais articuladas através das novas plataformas tecnológicas conectadas por celulares, computadores e tablets via internet.
“Neste momento de coronavírus, a gente vê a ainda mais a necessidade da participação popular. O povo precisa ter consciência política para entender a razão das coisas. E a única maneira de alcançar é através da organização da base”, relatou Dias, mostrando que, historicamente, o trabalhismo “sempre foi presente na luta popular para garantir a soberania nacional”.
“Se a gente criar mais de 30 mil núcleos, nós podemos mudar o Brasil. Cada célula pode ter compromisso com setores ou causas específicas. Politizado, os membros estarão atuantes para ter a capacidade de se defender”, acrescentou, citando as ponderações da professora Maria Amélia sobre a abordagem do público buscado pelo projeto.
“Precisamos compreender valores por grupo de indivíduos e, assim, localizá-los para iniciar uma interação permanente e constante. Hoje, algo relativamente menos complicado devido as redes sociais. A capacidade de intercâmbio se faz necessária, sejam estas pontes de diálogo presenciais ou à distância”, disse Zumpichiatti, ao atuar, com a contribuição do ex-deputado distrital Peniel Pacheco, no desenvolvimento da versão apresentada aos presidentes e lideranças dos movimentos.
Detalhes
Ao longo do plano, é proposto o estabelecimento de um plano de comunicação com canais contínuos de interação com os mobilizadores e públicos locais, a partir das vice-presidências da organização pedetista nos estados. Estas medidas potencializarão, segundo a direção, a alimentação de bancos de dados com conteúdo e de medidas realizadas.
“As pessoas precisam acreditar mais no coletivo, e não somente focar na individualização. Por isso, devemos mostrar nossa proposta para conseguir estruturar esse projeto de forma efetiva e consolidada. Temos que trabalhar para dar voz e mostrar as ferramentas para que, juntos, sejam criadas redes para superar os problemas do dia a dia.”, relatou Zumpichiatti, ao completar: “Priorizamos o processo a partir da organização, mobilização, politização e manutenção. Nós queremos ter foco nas ações para proporcionar um engajamento orgânico e ter a confiança de cada membro”.
Ao citar a cartilha de instrução, a proposta também indica a criação de nova plataforma para dinamizar a transmissão da informação sintetizada no documento.
“Transformar as funcionalidades da cartilha em um aplicativo mobile, de modo que as ações planejadas e executadas pelos núcleos tenham uma fonte de registro permanente e segura”, descreve, relacionando ao cadastramento digital pelo número de WhatsApp: (61) 98455-1212.
Para o pleno entendimento da metodologia e, sobretudo, da funcionalidade dos núcleos pelas equipes na ponta, a Fundação promoverá, a partir da Universidade Aberta Leonel Brizola (ULB), a formação dos multiplicadores, que ativarão as células divididas por temas ou áreas de atuação, por exemplo, e terão um sistema de análise e avaliação para processar o resultado das atividades.
“Vamos criar coordenações de, no mínimo, 10 lideranças por estado. Com isso, conseguiremos replicar, a partir de treinamentos, medidas direcionadas e alinhadas com as estratégias que darão, dentro de cada realidade, os melhores resultados”, concluiu Zumpichiatti, ao anunciar a rotina de inscrição pelo WhatsApp, que será divulgada em breve.
Avaliação
Presidente do PDT Diversidade, Amanda Anderson avaliou as algumas limitações para o crescimento do projeto dentro dos estados e municípios, mas exaltou o apoio da Fundação, em nível nacional, no processo.
“Na base, a população LGBTI é muito grande. Por isso, vamos buscar superar as dificuldades para massificar a atuação dos núcleos em conjunto com o movimento”, comentou.
Já para Everton Gomes, vice-presidente da FLB-AP no Rio de Janeiro, o núcleo parte da perspectiva inovadora de organização para levar ao encontro de soluções para resolver problemas do cotidiano dos cidadãos.
“A partir do debate da comunidade local, a gente articulou atividades. Assim, alcançamos visibilidade nas ruas e praças do Rio, por exemplo”, disse, ao sugerir a incorporação de grupos de WhatsApp como núcleos oficiais do partido, posição ratificada pelos presidentes nacionais dos movimentos Negro, Indígena, Comunitário e Axé, Ivaldo Paixão, Rafael Weree, Jordaci Matos e Marcelo Monteiro, respectivamente, além dos representantes da Fundação no Paraná, Acre, Piauí, Tocantins e Mato Grosso do Sul.
A sugestão da criação de secretarias de nucleação dentro da estrutura das organizações sociais do PDT foi a sugestão apresentada pelo presidente nacional do Movimento Cultural Darcy Ribeiro (MCDR), Roberto Viana, durante a sua intervenção. “Nós já vinculamos a criação de diretórios a partir da formação dos núcleos.
Segundo Papito de Oliveira, vice-presidente da Fundação no Ceará, o partido precisa estimular o fortalecimento da interação dos núcleos com os parlamentares pedetistas, além valorizar a tentativa de desburocratizar as rotinas de formação e organização.
Na sequência, o vice-presidente nacional da Juventude Socialista, Rafael Oliveira, destacou o aproveitamento do legado das ações anteriores para aperfeiçoar o novo projeto, bem como avaliação dos resultados acumulados para otimizar os novos passos.