Nos 67 anos da sua morte, evento virtual reuniu lideranças trabalhistas, como Manoel Dias, Andre Figueiredo e Juliana Brizola
Para marcar os 67 anos da morte de Getúlio Vargas, o PDT promoveu um debate, nesta terça-feira (24), com lideranças trabalhistas para homenagear o maior presidente da história do Brasil. No formato virtual, o evento contou com o apoio da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP).
Na abertura, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, classificou Vargas como o “verdadeiro patriota” por todo o seu legado em prol da defesa da nação soberana e contra o movimento golpista, retardado até a deposição de João Goulart (Jango), em 1964.
“Getúlio, que deu um tiro no peito em 24 de agosto de 1954, marcou a história do Brasil, da República e da humanidade como o único presidente que deu sua vida para impedir um golpe, às portas do Palácio do Catete, e que as forças mais retrógradas e atrasadas, que hoje tentam dominar o Palácio do Planalto, ficassem no poder”, relatou Lupi, citando marcos getulistas na história, como a Revolução de 30, o rompimento a política do “café com leite” e a carta-testamento.
Ícone do trabalhismo, Vargas acumulou, ao longo das suas duas gestões à frente do governo federal, uma vasta contribuição que transformou a então nação agrícola em uma das principais potências mundiais. Entre os destaques, a criação de estatais, como a Petrobras, Eletrobras e Vale do Rio Doce, bem como a promulgação de decretos que garantiram direitos históricos, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Conseguiu construir um projeto de nação, o primeiro projeto nacional de desenvolvimento, na década de 30. O pensamento e a antevisão de Getúlio tinham de prever o que deveria ser essa nação 50 anos depois”, vinculou Lupi.
Importância
Relembrando o elo e devoção que seu avô, Leonel Brizola, tinha por Vargas, principalmente com a ida anual à São Borja (RS) para colocar a rosa vermelha no túmulo, a deputada estadual Juliana Brizola (PDT-RS) fez um paralelo entre as realidades da época e a atual, além de citar que Ciro Gomes, pré-candidato pedetista à presidência da República, representa o “fio da história”.
“É uma ligação com todas as conquistas que foram sólidas para o povo brasileiro. De agrário para um país industrializado. Tudo que foi sólido, como a Petrobras, a Justiça do Trabalho e a Siderúrgica Nacional. Tantas questões que estão até hoje e sustentam o nosso país”, pontuou.
Símbolo da luta nacionalista, Getúlio foi exaltado pelo deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) em função do comprometimento, desde que assumiu a presidência, com questões primordiais: trabalho e educação.
“Criou ministérios para suplantar dois grandes gargalos que ainda vinham como herança maldita do Império, com a degradação do trabalho, pois não tinham direitos trabalhistas e escolas para privilegiados”, disse o parlamentar, com críticas ao governo Bolsonaro pelos ataques ao patrimônio público e aos direitos sociais.
“Getúlio era tão querido em todo o Brasil, assim como o Brizola. […] O Trabalhismo tem uma raiz muito forte no Ceará. O legado é algo grandioso e nós temos a missão de perpetuá-lo, porque esse é o verdadeiro caminha da igualdade”, completou, associando o perfil popular e nacionalista de ambos.
Secretário-geral do PDT e presidente da FLB-AP, Manoel Dias mencionou a constante luta de classe e a promoção, por parte de Vargas, de políticas transformadoras em um ambiente dominado pelas oligarquias e interesses econômicos.
“Se você ler a carta-testamento, parece que está lendo um documento atual porque as causas, razões e motivos que ele defendia não mudam. Ele conseguiu preparar o Brasil para um pleno crescimento”, salientou.
“As gerações se enchem de vigor cívico à medida que passam a conhecer a obra de Getúlio. Nesse deserto de ideias, ele serve como guia”, concluiu.
Confira abaixo o evento na íntegra:
https://www.facebook.com/watch/live/?v=864749891137377&ref=watch_permalink