O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes voltou a defender, nessa segunda-feira (9), um projeto nacional de desenvolvimento. O pedetista participou de um painel promovido pelo Fórum da Liberdade, que aconteceu na capital gaúcha.
“O Brasil não cresce porque está ancorado nos mínimos ridículos níveis de formação bruta de capital doméstico. O que sobra entre o que nós produzimos e o que nós consumimos no Brasil, no melhor momento, chegamos a 17% do PIB. Isto não sustenta desenvolvimento”, criticou.
Para o pedetista, o nível de formação bruta de capital em formação não é consequência fatalista do acaso. É consequência de arranjos institucionais que a política faz ou deixa de fazer. “E o Brasil tem que equacionar isso de uma forma sistemática”, ponderou.
Ciro citou como exemplo a China, que hoje virou a segunda economia industrial do mundo. “Modernamente, se a China saiu do nada, de um sexto da produção industrial brasileira e virou a segunda economia industrial do mundo, então temos um exemplo. O que eu quero é um paradigma da economia política”, afirmou.
Ele também reforçou que o Brasil precisa retomar seu crescimento e isso exige três grandes movimentos de partida para geração de emprego. O primeiro refere-se ao que pode ser feito em relação ao “explosivo endividamento” das empresas e das famílias brasileiras.
“Hoje há 60 milhões de brasileiros com o nome negativado no Serasa e no SPC. E o setor privado deve R$ 2 trilhões de reais, dos quais R$ 600 bilhões de reais estão no caminho da inadimplência e do registro de crédito de recuperação duvidosa. Espontaneamente, o oligopólio do banco não vai resolver isso”, frisou.
Para completar, falou sobre a necessidade de se redesenhar a situação fiscal do Brasil, além de mencionar o buraco nas contas externas.
“Tudo o que o País cresce, apresenta um buraco nas contas externas pela explosão dos importados, dado que não temos um projeto de desenvolvimento. Então, isso pode ser alcançado em quatro grandes projetos industriais: complexo industrial do petróleo e gás; o complexo industrial da saúde; o complexo industrial do agronegócio e, por fim, o complexo industrial da defesa”, elencou.
Ciro encerrou sua apresentação sob aplausos da plateia. No mesmo painel estavam os pré-candidatos Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Flávio Rocha (PRB) e João Amoêdo (Novo).