Ciro Gomes: “Meu candidato no Rio de Janeiro chama-se Rodrigo Neves”


Da Redação
10/09/2021

Sucesso da gestão do PDT, em Niterói, pode ser replicado em todo o estado com ações articuladas

O pré-candidato a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, anunciou que já tem opção na disputa, em 2022, para o governo do estado do Rio de Janeiro: Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói (RJ). Na entrevista para a rádio Folha FM 98,3 de Campos dos Goytacazes (RJ), nesta sexta-feira (10), o ex-governador do Ceará destacou o sucesso da gestão do PDT na cidade fluminense, que pode ser replicado em todo o estado com ações articuladas com a União.

“Vou ajudar o PDT a crescer como ferramenta de transformação do Brasil. Portanto, o meu candidato no Rio de Janeiro chama-se Rodrigo Neves”, garantiu.

Na justificativa, o pedetista detalhou o compromisso do trabalhista com o progresso econômico socialmente responsável, fato reconhecido pela população nas suas duas recentes gestões, entre 2013 e 2020, e chancelado na vitória, ainda no primeiro turno, do seu sucessor Axel Grael (PDT).

“Ele traz experiência concreta, de extraordinário êxito em políticas públicas práticas. É só olhar o que ele fez em Niterói na saúde, educação, infraestrutura e segurança pública”, pontuou, associando o aprimoramento do seu Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND) ao plano de governo de Neves, o “Estado do Rio que queremos”.

“É sinal de que o trabalhismo está começando a se enraizar de volta naquilo que é o estado que deu a Leonel Brizola, o nosso companheiro e amigo fundador do PDT, duas extraordinárias governanças”, acrescentou.

Diferença

Dependente dos royalties do petróleo, a cidade de Campos sofre as consequências, segundo Ciro, da falta de um planejamento estratégico, que gera um colapso cíclico a partir da política. Em comparação, menciona novamente Niterói, que seguiu o caminho oposto.

“Com a mesma base de recurso, em vez de gastar por conta, [Niterói] tem uma estratégica de fazer um fundo. E, necessariamente, diversificar o perfil econômico”, salientou, na exposição do sequenciado modelo há mais de duas décadas.

“Isso não cai do céu. Tem que ser ordenado num Projeto Nacional de Desenvolvimento, que eu obsessivamente tenho tentado pedir ao povo para prestar a atenção”, completou.

Obstáculos

Ao falar da deterioração econômica, Ciro fez um alerta sobre a gravidade das consequências geradas pelo governo federal, traduzidas nos piores indicadores da história do país. Como exemplos principais, o risco de apagão elétrico e o descontrole inflacionário acelerado pelo aumento de preços e estagnação do mercado produtivo.

“A inflação brasileira do atacado passa de 32%. Ela mexe com as tarifas de energia e o aluguel do povo”, comentou o ex-ministro da Fazenda, que foi um dos idealizadores do Plano Real, na inclusão do impacto da desindustrialização e da inoperância no combate à pandemia na perda de renda e expansão da pobreza.

“58 mil homicídios nos últimos 12 meses, 15 milhões de desempregados, 6 milhões de pessoas desistiram de procurar emprego e 63 milhões humilhados no SPC”, listou, complementarmente, para criticar o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Enfatizando as políticas estratégica e de preços da Petrobras, que tem influência direta na crise estrutural do estado e dos municípios fluminenses, o pedetista as também classificou como criminosas. Essa percepção, no dia a dia, surge nos aumentos do gás e dos combustíveis, que são utilizados como artifício para protestos políticos de uma parte dos caminhoneiros e de empresas de transporte.

“O lucro distribuído para os ricos foi de 3.572% acima do mesmo período do ano passado. […] Para uma empresa que está endividada, esse lucro deveria ter ido para abater dívida e distribuíram às pressas, sem pagamento de tributos”, denunciou.

Impeachment

Perante a série de crimes de responsabilidade e possibilidade iminente de rompimento democrático, Ciro reiterou a urgência do impeachment para restabelecer a paz e o progresso no Rio de Janeiro e no Brasil.

“Temos na presidência da República o chefe da baderna e do caos social e econômico”, apontou, ao confirmar a participação, em conjunto com o partido, nos protestos do próximo domingo (12). Ele estará presente na Avenida Paulista, no Centro da capital paulista.

“Bolsonaro é um criminoso que tem que ser afastado. Ele percebeu esse fracasso. […] Como covarde, abandona seus feridos no campo de batalha. Esse é o pior tipo”, avaliou.

Com indicativos do desespero bolsonarista, Ciro mostrou que o presidente “traidor” busca alternativas para fugir da realidade, conforme transparecido na carta ‘Declaração à Nação’, escrita pelo ex-presidente Michel Temer e divulgada pelo Palácio do Planalto nesta quinta-feira (9).

“O recuo do Bolsonaro é uma cédula de 3 reais. É um covarde. Ele viu a democracia reagir com a dureza necessária e que se armou sobre ele, inclusive, o isolamento político, em que os estafetas deles, no Congresso Nacional, ficaram sem argumento, porque quase todos eles também devem contas ao Supremo Tribunal Federal”, disse, em interligação com os atos de 7 de Setembro.

“Aquilo [declarações] não foi um erro do calor do momento, como covardemente anunciou ontem, assinando uma carta escrita pelo outro grande corrupto da vida brasileira, Michel Temer”, expôs, após o fracasso da tentativa articulada de golpe.