O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, desembarcou nessa quarta-feira (20) em São Borja (RS) para uma visita de dois dias, com o objetivo de, segundo ele, recarregar as baterias “na terra onde nasceram e viveram os presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, e que Brizola escolheu para sua última morada”. Saudado no aeroporto por militantes com o slogan “Ciro, guerreiro do povo brasileiro!”, ontem mesmo o presidenciável visitou – acompanhado de sua mulher Gisele Bezerra – os museus existentes nas casas onde viveram os presidentes Vargas e Jango.
Acompanhado do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e do pré-candidato pedetista ao governo do Rio Grande do Sul, Jairo Jorge, além de deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos, Ciro falou à noite para quase mil pessoas reunidas no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) de São Borja, em ato político seguido de jantar. Hoje Ciro participa de sessão especial da Câmara de Vereadores para homenagear Brizola, no 14° ano de sua morte e depois visita o jazigo da família Goulart, onde Brizola descansa ao lado de sua mulher, Neuza, e do presidente João Goulart.
No CTG, Ciro disse que quanto mais estuda as vidas dos presidentes Vargas e João Goulart se convence de que o Brasil precisa mudar, ainda mais agora que o país vive “um dos momentos mais terríveis de sua História”.
“Vivemos uma crise moral sem precedentes porque a s pessoas perderam a confiança na linguagem da democracia que é a política. O Brasil virou uma grande barafunda onde ninguém mais sabe quem é responsável pelo que. Este é o motivo que me leva convocar a sociedade brasileira para sair um de casa, especialmente a juventude, para discutirmos nosso futuro”.
Ciro falou do desemprego que afeta milhões de brasileiros, da questão da violência urbana, dos milhares de assassinatos que ocorrem na periferia das grandes cidades brasileiras e da necessidade do Brasil enfrentar, de frente, seus problemas e voltar a se desenvolver. “Não podemos trocar nosso coração por pedra”, frisou.
Ciro também fez críticas ao impeachment: “O poder político foi usurpado por uma elite egoísta que perdeu o senso de Nação e sonha que melhor futuro para o filho é construir mansão em Miami”. A saída, segundo Ciro, é o Brasil voltar a ter projetos compromissados com o trabalho e o desenvolvimento, acabando com a especulação financeira. Encerrou sua fala citando Vargas, a Carta Testamento e o tiro que ele deu no coração “para o Brasil se libertar”.
Lupi, por sua vez, destacou que São Borja era fonte de inspiração para o PDT por ser terra de Vargas, o homem que mudou os destinos do Brasil com sua visão de estadista.
“Que São Borja sirva de inspiração para Ciro Gomes que percorre cada palmo do território brasileiro na defesa da causa dos mais fracos e dos que acreditam que é possível construir um Brasil mais igual”.
“Não conseguimos levar Brizola à presidência, mas temos agora pessoa que encarna os mesmos princípios – que são os de Vargas e do trabalhismo. Por isso temos muito orgulho de nossos mortos, por isso estamos aqui. Ciro, tenha certeza de que esta terra te dará inspiração e proteção na sua missão que é a continuação da saga de Vargas, Jango e Brizola”.
O pré-candidato Jairo Jorge fez um relato de suas andanças pelo estado e de seus projetos para reativar a economia gaúcha, tirando-a da crise.
“Quem quiser ser governador tem que conhecer o Rio Grande do Sul na palma da mão e sou o único dos candidatos que já percorreu as 497 cidades deste Estado”, frisou.