O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, e o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, visitam hoje (19), Dia Nacional do Índio, as aldeias Guadalupe e São Marcos, em Mato Grosso. A comitiva pedetista na terra do Xavante Mário Juruna – primeiro e único deputado federal indígena do País pelo PDT –, também conta com a presença de Rafael Weree, neto de Juruna e presidente do Movimento Indígena da legenda.
Pela manhã, ao desembarcar no aeroporto de Aragarças (GO), Ciro falou com jornalistas. Disse que passaria o dia na comunidade Xavante para discutir e aprender com os índios. Ciro também respondeu sobre eleições e disse que é preciso ter disciplina para produzir a solução que o Brasil precisa e, nesse contexto, afirmou que está dedicado para isso.
“O eleitorado brasileiro quer mudança e a mudança que ele procura parece ter compromisso com interesses populares, que estão sendo perseguidos hoje por essa turma que o Michel Temer representa. É a turma que se juntou para fazer o golpe contra a presidente Dilma Rousseff”, disse. “Minha responsabilidade cresce muito e estou sentindo nos meus ombros”, reiterou.
Questionado novamente sobre o resultado da última pesquisa Datafolha, onde alcança 9% em todos os cenários em que Lula não é candidato, reforçou que a pesquisa é o “retrato de um momento” e que é preciso ter paciência.
“Para quem já acumulou a experiência que eu acumulei, sabe que pesquisa nesse momento é muito mais a visibilidade, notoriedade e nível de publicidade, que é desigual. A campanha coloca tudo isso como igual e a população, quando acompanhar os debates, saberá de onde o candidato veio, se ele tem a ficha limpa. Dessa vez, vai ter uma relevância muito grande e eu quero crer que a chance de servir a esse País como presidente está aumentando”.
Ciro também respondeu a perguntas de caráter econômico, como o agronegócio do Mato Grosso. Disse que o segmento – especialmente o Centro-Oeste – carrega o Brasil “nas costas”, com pessoas que acordam cedo e trabalham muito.
“Logo mais, as pessoas vão saber como se produz uma economia eficaz, como se administra a taxa de câmbio, como o agronegócio pode ter competitividade no estrangeiro, como se administra uma política exterior de comércio, como se equaciona a infraestrutura para dar maior competitividade e como a gente nacionaliza a base industrial que é necessária para a agricultura funcionar”, pontuou.
Líder Xavante
Mário Juruna foi um líder indígena e político brasileiro. Filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), foi o primeiro e único deputado federal indígena do Brasil. Juruna nasceu na Aldeia Xavante Namunkurá, no município de Barra do Garças, em Mato Grosso.
Foi eleito deputado federal pelo PDT em 1982, representando o estado do Rio de Janeiro. Sua eleição teve uma grande repercussão por ser o primeiro índio a se eleger deputado federal no país.
Mário Juruna morreu na noite de 17 de julho de 2002, em decorrência de uma diabetes.