Ciro Gomes defende menos burocracia para as pequenas empresas


Por Silmara Cossolino
14/08/2018

Ciro Gomes participou na manhã desta terça-feira (14), em Brasília, da sabatina “Diálogo com os candidatos à Presidência da República”, promovida pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unesc).

Com o tema “Brasil Mais Simples Para Empreender”, o presidenciável teve a oportunidade de expor e responder a perguntas sobre eficiência do Estado, reformas Federativa e da Previdência, ambiente de negócios, urbanismo e meio ambiente, dentre outros.

Logo na abertura do evento, Ciro reforçou a necessidade de mudança e expôs dados – dentre os quais de desemprego e de pessoas negativadas no SPC, reflexos de uma conjuntura econômica.

“O Brasil precisa mudar e não se trata de uma troca de pessoas, mas de modelo de concepção de premissa e atitude ideológica. Nós precisamos crescer e o Brasil não vai resolver seus problemas se continuar crescendo com pífios dois por cento ao ano, que é a taxa média desde os anos oitentas até agora”, disse, ressaltando que o país tem a pior distribuição de renda por pessoa.

A burocracia e o crédito também foram temas postos em pauta na sabatina, em especial relacionados às micro e pequenas empresas. Ciro foi lembrado pelo presidente do Sebrae nacional, Guilherme Afif Domingos, presente no evento – que cerca de 84% delas não tem acesso ao crédito por conta do sistema concentrado dos bancos.

Ao ser questionado sobre sua visão em relação à empresa simplificada de crédito – tema que está novamente no Congresso para ser votado, Ciro reconheceu que o Brasil tem um legado burocrático. Ele aproveitou para contar a experiência vivenciada no Ceará, de abrir uma empresa em menos de uma semana, como prática geral no estado.

“Nós invertemos os princípios, que é o que pretendo fazer no Brasil se chegar a presidente da República”, disse. “Nós já estamos estudando a ideia de todos os documentos federais serem substituídos por um manual com todos os regramentos para uma empresa funcionar. E um documento só, em que o empresário – ou pretendente a empresário – declara estar ciente com os regramentos que lhe forem entregues e que sua empresa está apta a começar a funcionar em obediência a todos esses ambientes sob as penas da lei”, explicou.

“O governo já se satisfaria com esse ato declaratório, em que a esmagadora maioria é correta e a minoria que transgredisse seria punida de forma absolutamente exemplar. Essa é uma ideia, que temos que amadurecer, e faz parte daqueles seis primeiros meses (de governo).

No decorrer do evento, outros temas foram mencionados, como questões relacionadas à saúde, tecnologia, segurança e defesa das fronteiras.

Ao final do debate, Ciro reiterou sua vontade de devolver ao povo brasileiro a confiança no País. “O Brasil é um país saqueado e eu tenho muita vontade, muita paixão, de devolver ao povo brasileiro a confiança no futuro”, disse.