O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, considerou “estimulante” o resultado da última pesquisa Datafolha, publicada neste domingo. Ciro falou hoje à tarde com jornalistas, em Belo Horizonte (MG), onde cumpre agenda.
“Da minha parte, é bastante interessante e estimulante porque, a despeito de uma estrada já longa – faz doze anos que não sou candidato – , isso revela uma posição bastante competitiva”, avaliou.
No entanto, disse que as pesquisas retratam momentos e que a grande importância dos levantamentos é o de antecipar tendências. “E nesse momento, elas não são bem aclaradas porque pode haver mudança no quadro”, disse o pedetista.
De acordo com a pesquisa Datafolha, Ciro Gomes alcança 9% em todos os cenários em que Lula não é candidato.
Ciro também respondeu a perguntas fora do contexto eleitoral. Em uma delas, foi questionado sobre a ação de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que invadiu nesta manhã o apartamento tríplex atribuído ao ex-presidente Lula.
“É uma forma de protesto. A turma do MTST e outros grupos acham que a medida que à medida que o triples não está no nome do Lula e ainda assim o juiz acabou concluindo com o assentimento de segunda instância, que é o Tribunal Regional Federal, que não sendo dele estava reservado para ocupagem indevida, faz com que seja parecido com algo de terra de ninguém. Todo protesto é válido”, disse.
Sobre o fato do PDT ingressar na última quinta-feira (12) com pedido judicial para garantir autorização de visita a Lula, explicou que, para ele, o ex-presidente não é uma “figura conhecida pela televisão”, mas um “velho camarada” com mais de trinta anos de convívio.
“Me doeu o coração ver algumas pessoas, na noite da prisão dele, soltarem foguetes por algumas capitais do Brasil. Não acho que isso seja um bom momento para o Brasil, afinal de contas, mesmo quem não gosta dele, deveria cultivar um pouco de solidariedade cristã, fraternidade”, disse, ressaltando ainda o fato do ex-presidente ter trabalhado e projetado a imagem do Brasil no exterior com dignidade.
“E se eu for visitá-lo, vou como amigo; não tratarei uma frase sobre política”, frisou.
Por fim, Ciro explicou que não foi visitar o presidente Lula, em São Bernardo do Campo, porque estava com agenda nos Estados Unidos, especificamente em Harvard, onde ministrou palestra ao lado do vice-presidente nacional do PT e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Estava em um compromisso que tinha assumido oito meses atrás, e a prisão surpreendentemente rápida do Lula me apanhou já em Boston, impossível de ir”.