O vice-presidente Nacional do PDT Ciro Gomes apresentou, nesta terça-feira (2), um balanço dos seis primeiros meses do governo Bolsonaro. O encontro aconteceu na sede nacional do PDT, em Brasília, com a presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e membros da bancada federal do partido, dentre eles, o líder do PDT na Câmara, deputado federal André Figueiredo.
Os dados apresentados por Ciro compõe o levantamento feito pelo Observatório Trabalhista, ferramenta participativa criada para acompanhar os principais indicadores da economia e demais setores brasileiros.
“Nós estamos terminando a pior década, em matéria de desenvolvimento econômico, dos últimos 120 anos do Brasil”, avaliou Ciro, ao mostrar, logo em seguida, o esforço de arrecadação do Governo. De acordo com os números, a receita líquida – a soma da receita total menos a dívida, os juros – apresenta uma paralisação, em comparação com o mesmo período de 2018, “o que é um sintoma de que economia está parada, porque não há evolução”, observou.
Nas despesas do Governo central, segundo Ciro, é onde se anuncia a tragédia. A área de investimento é a menor, desde o período da 2ª guerra mundial. “O Brasil está deprimindo investimento sem precedentes”, lamentou Ciro.
O pedetista mostrou, por exemplo, a questão da infraestrutura, com 24 mil obras paradas em todo o País, e a área da educação, cuja queda nos investimentos começou e cair em 2014, e continua a se agravar.
Outro dado alarmante é o número de inadimplentes, que já chega a mais de 62 milhões de pessoas físicas, um problema macroeconômico, diz Ciro, e que também atinge as micro e pequenas empresas hoje são mais de 5 mil inadimplências nesta faixa, situação provocada, entre outros fatores, pelas políticas de juros “estúpidas”, na classificação de Ciro.
A falta de investimentos na área da saúde também trouxe dados preocupantes para o Brasil, incluindo a área de imunologia, que culminou na perda do Certificado Internacional de erradicação de sarampo, concedido ao Brasil pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS/OMS), em 2016.
A oferta de vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS) não tem sido suficiente para garantir a taxa desejável de cobertura vacinal da população.
Em 2018, por exemplo, a cobertura vacinal era de 78,7%. Já em 2019, os números são de pouco mais de 57%. A cobertura compreende a relação entre o número de doses aplicadas de uma determinada vacina e o número registrado ou estimado de menores de 1 ano existentes na área de abrangência do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Todos esses sintomas avaliados e levantados pelo Observatório Trabalhista, na visão de Ciro Gomes, apontam para o fato de que o ano de 2019 caminha para uma estagnação e uma recessão.
Confira aqui os números atualizados do Observatório Trabalhista.