O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, participou na manhã desta terça-feira (26), em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (CE), de palestra sobre a industrialização do Ceará e os impactos nas empresas da região.
Além de falar sobre o cenário da economia brasileira e as perspectivas para o futuro, Ciro também interagiu com a plateia, respondendo a questionamentos. Dentre eles, falou sobre o Brics – o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Ao ser questionado qual direcionamento daria ao grupo e demais países do mundo, caso eleito presidente, Ciro disse que é preciso ter uma política externa muito diversificada e que o seu interesse é o de defender o Brasil. Para o pedetista, é preciso restaurar a confiança dos países vizinhos.
“O meu primeiro passo é restaurar a confiança dos (países) vizinhos. O Brasil, quando a Venezuela estava bem há três, quatro anos, tirou US$ 5 bilhões de superávit da balança comercial a nosso favor. Isso representa que a Venezuela financiava no Brasil 100 mil empregos, quase todos industriais. Nós vamos tratar um país desse como inimigo por causa das confusões internas dele?”, questionou. “Claro que não devemos alisar ninguém, mas o nosso papel lá é mediar esse conflito”, avaliou.
Para Ciro, na medida em que o Brasil saiu dessa mediação, foi gerada uma desconfiança “monstruosa”. Para exemplificar sua fala, disse que os chineses e russos entraram ”pesadamente” na Venezuela e que os Estados Unidos acabaram convidando a Colômbia para entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
“E veja o que o Brasil está aceitando… Isso viola uma tradição mais do que centenária porque se o Brasil entra com o peso natural de ser líder da região para mediar esse conflito e desarmar essa bomba que vai derivar numa guerra civil, não ha razão nenhuma para Colômbia entrar nessa”, disse.
Ciro mencionou ainda que esteve na Argentina e que aquele país teve o mandato do G20 por dois anos, sendo que o Brasil não deu a menor “bola”. Para ele, é preciso restaurar a confiança da região e reintegrar a America Latina.