O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, defendeu a recriação do Pacto Federativo que permita a efetivação de um Sistema Nacional de Segurança Pública reunindo União, estados e municípios. O presidenciável abriu nessa terça-feira (06), o Seminário Internacional sobre Segurança Pública, realizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.
“É preciso assumir como nacional e prioritária essa questão da segurança. A União Federal precisa organizar, em diálogo com municípios e estados, um Sistema Nacional de Segurança e um serviço unificado de inteligência que traga para a União a tarefa de combater em todas as etapas, desde a investigação até o julgamento, os crimes praticados pelas facções criminosas, pelo narcotráfico, lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública”, defendeu Ciro.
O ex-ministro citou o resultado do Atlas da Violência, divulgado ontem, que apontou 62.517 assassinatos no Brasil em 2016 e avaliou que o que está sendo feito no Brasil não atende às expectativas da população, que “leva no coração o espinho do medo”. Para Ciro Gomes, “o que se convencionou a fazer não está resolvendo” e os números da violência no País recomendam “um olhar rebelde para as práticas tradicionais”.
Para viabilizar um novo Pacto Federativo e as melhorias em áreas como segurança pública, saúde e educação, Ciro defendeu que é fundamental tirar o País do estado de falência generalizada das contas do setor público. “Há caminhos dentro do estado de direito democrático e das práticas republicanas para que a gente recelebre essa grave questão do pacto federativo brasileiro em relação à orçamentação”, afirmou.
Dentre os caminhos apontados, um grande ajuste fiscal, a retomada do desenvolvimento pelo estímulo à reindustrialização do Brasil e, na sequência, um grande debate nacional sobre as despesas financeiras com a dívida, que hoje levam mais de 50% do orçamento do País.