Ao citar o fechamento das fábricas da Ford, ex-governador do Ceará voltou a reforçar a necessidade de impeachment
O ex-governador do Ceará e vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, culpou o presidente da República, Jair Bolsonaro, pelo fechamento das fábricas da Ford no Brasil e a iminente demissão de quase 5 mil trabalhadores. Anunciada nesta segunda-feira (11), a saída da empresa americana representa, segundo o pedetista, mais um sinal do extenso processo de redução da capacidade industrial no país.
“Que desastre, meu Deus do céu! A Ford anunciou que vai fechar todas as suas fábricas no Brasil. Com a saída de mais uma montadora, nosso país segue afundando no processo de desindustrialização. Bolsonaro vai liquidar nossa Nação! Congresso, cumpra seu dever: IMPEACHMENT JÁ!”, criticou.
Em consonância, o líder da Oposição na Câmara dos Deputados, André Figueiredo, lamentou a caótica situação da economia nacional, o que indica uma ampliação da dependência do setor agrícola.
“O Brasil se desindustrializa cada vez mais. Vai sobrar apenas plantação de soja?”, indagou, ao mostrar que o maior país da América Latina deixou de ser atrativo no mercado global de produtos de maior valor agregado.
Realidade
Até o final do ano, a empresa encerrará todas as atividades das plantas localizadas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE), que também monta os modelos da Troller, marca pertencente à Ford. Ao longo dos próximos meses, somente peças serão confeccionadas para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda.
Como justificativa, o gestor da empresa indica que o cenário brasileiro se tornou pouco atraente para a manutenção da produção no Brasil, que foram iniciadas em 1º de maio de 1919, na cidade de São Paulo.
“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
Com isso, as atenções serão direcionadas para o Uruguai e a Argentina. Em dezembro do último ano, durante encontro com o presidente argentino, Alberto Fernández, o presidente da Ford para América do Sul, Lyle Watters, projetou investimentos de US$ 580 milhões na modernização da unidade instalada e de aumento significativo na nacionalização de peças.