Com presença de Ciro Gomes, PDT lembra sua história e pontua avanço na política nacional
O emblemático 1º de maio foi um marco paro o PDT este ano. O partido comemorou o Centenário de Leonel Brizola com inúmeras realizações ao longo do domingo. Houve a abertura da exposição biográfica sobre o eterno líder trabalhista, na Câmara dos Deputados; inauguração da estátua de Brizola em tamanho real, na sede da legenda, em Brasília; reunião do Diretório Nacional; e o lançamento de publicações sobre a história do fundador do PDT.
Titular do Projeto Nacional do Desenvolvimento (PND), o pré-candidato a presidência da República pelo PDT Ciro Gomes discursou nesse domingo. O líder pedetista falou sobre a insistência dos últimos mandatários brasileiros em seguir um modelo político e econômico alicerçado no neoliberalismo, em que questões nacionais ficam reduzidas a programas pontuais de assistência social. “Por que chegamos a isso? Vivo fosse, Brizola teria a resposta na ponta da língua e a solução corajosamente nas mãos. Pela falta de vergonha, pelo entreguismo, pela falta de projeto, pelo comodismo e pela usura de nossas elites política e econômica”, começou.
“O cenário de terra arrasada moral, política e econômica que estamos vivendo faz parte de um movimento de destruição do Brasil que já se arrasta há décadas. Tudo isso porque nossos dirigentes – de todas as correntes e de todos os partidos – governaram e governam com a mesma política econômica equivocada e o mesmo sistema de governança corrompido. Por medo e incompetência, seguiram, de um lado, a cartilha internacional do mundo rico, feita para explorar os mais pobres; e, por outro, a cartilha interna do setor financeiro e das elites corruptas, feita para escravizar o povo”, analisou Ciro.
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Entre centenas de militantes, líderes partidários, vereadores, prefeitos, deputados federais – dentre eles o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo –, senadores e pré-candidatos, o clima foi de exaltação ao Trabalhismo, aos legados brizolistas e ao PND que o PDT projeta para o Brasil. Tudo isso conduzido por uma linha histórica, como exposto na Câmara, que reavivou a trajetória de Brizola e expôs o percurso do trabalhismo até o momento atual.
Se a exposição na Câmara alude ao trabalho que alçou o PDT a relevância política nacional, a deputada estadual Juliana Brizola, presente nas comemorações, fez questão de exaltar a atuação de Carlos Lupi que, a frente da presidência da legenda, fez o partido chegar ao patamar atual: “Ele foi escolhido sim por meu avô, é a mais pura verdade e muitos aqui são testemunha […] Obrigada, Lupi, por não deixar o PDT virar puxadinho de nenhum outro partido e dar o protagonismo que o nosso partido merece. Obrigada por manter viva a memória do meu avô Leonel Brizola”.
A construção partidária liderada por Lupi chegou, nos últimos anos, a Duda Salabert, vereadora mais votada da história de Belo Horizonte. Mulher trans, professora de Literatura, ela passa a ser vice-presidente do PDT, com aclamação do Diretório Nacional, um sinal de compromisso com a diversidade e a pluralidade estatutariamente envergada pelo partido. “Nós criamos a vice-presidência nacional de combate a qualquer intolerância – de raça, de diversidade, e qualquer outra – e estamos ao lado da recordista vereadora Dura Salabert para esse projeto”, afirmou o presidente nacional do PDT.
Salabert fez um discurso marcante, na tarde desse domingo, em que aponta que a solução para o caos brasileiro via Ciro Gomes é o único que vai além do reducionismo de superar Bolsonaro. Para a vereadora, por meio de um projeto consolidado, o PDT está preparado para ir além. “Vivemos uma crise multifacetada e não é de agora, se constrói há 15 anos. Bolsonaro não é o causador da crise, ele é fruto dela. É um erro achar que basta tirar Bolsonaro. Temos que ir além e enfrentar de vez os problemas estruturais do Brasil […] É isso o que propomos com o Projeto Nacional”, apontou.
As comemorações ao Centenário de Brizola seguiram ainda com os lançamentos dos livros “O Brizola Desconhecido” e “Um tempo bem melhor para se viver”, de Augusto Ribeiro e Wendel Pinheiros, respectivamente, e dos “Cadernos Tijolaços”, editados pelo Centro de Memória Trabalhista da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini.