Carta Capital: Jango, a morte mistériosa


Crescem os indícios de que o ex-presidente brasileiro João Goulart(1919/1976) pode ter sido mesmo assassinado por agentes da ditadura militar brasileira, como tem sido amplamente noticiado nos últimos tempos.

O governo brasileiro ou, mais precisamente, a ministra Dilma Rousseff(PT-RS), liberou para a família de Jango, como era chamado o ex-presidente, um conjunto de fotos e documentos que levantam ainda mais a suspeitas sobre a causa real da morte dele.

Deposto em março de 1964 por um golpe militar, João Goulart foi vigiado durante todo o tempo e constava na lista de assassinatos da Operação Condor, que visava eliminar os líderes mais influentes do Cone Sul, adversários dos governos ditatoriais.

No aniversário, comemorado com os amigos em março de 1976, havia um agente do Serviço Nacional de Informações, o extinto SNI, infiltrado na fazenda de Goulart. o agente fotografou os convidados de João Goulart. As fotos contêm anotações identificando as pessoas presentes. Há dez fotos feitas na ocasião e mantidas inéditas rubricadas como documentos secretos. Delas, três são publicadas aqui com exclusividade.

Além do presidente Goulart, aparecem na reunião festiva o escritor Edmundo Moniz, ex-militante trotskista, e o jornalista Raul Rauff, assessor de imprensa do ex-presidente, entre outros.

Jango morreu naquele mesmo ano. Exatamente no dia 6 de dezembro de 1976, na fazenda que tinha no município de Mercedes, na Argentina. Oficialmente, foi vitimado por um ataque cardíaco. Há suspeitas, no entanto, que morreu após ingerir comprimidos envenenados, misturados aos remédios que tomava.

No dia 27 de janeiro de 2008, a Folha de S. Paulo publicou reportagem com o depoimento de Mario Neira Barreiro, ex-agente agente de inteligência do Uruguai.Segundo Barreiro, o envenenamento foi ordenado pelo delegado Sérgio Fleury(1933/1979) com o conhecimento do então general-presidente Ernesto Geisel(1908/1996).

Jango morreu no exílio. No dia 15 de novembro, durante sessão especial da XX Conferência da Ordem dos Advogados do Brasil, em Natal(RN), o governo brasileiro reconhecerá oficialmente o pedido de perdão do Estado à família do ex-presidente. Um gesto republicano na data especial da Procramação da República. Bom gesto. Mas a ausência do presidente lula será notada.

Maurício Dias, CartaCapital.

Crescem os indícios de que o ex-presidente brasileiro João Goulart(1919/1976) pode ter sido mesmo assassinado por agentes da ditadura militar brasileira, como tem sido amplamente noticiado nos últimos tempos.

O governo brasileiro ou, mais precisamente, a ministra Dilma Rousseff(PT-RS), liberou para a família de Jango, como era chamado o ex-presidente, um conjunto de fotos e documentos que levantam ainda mais a suspeitas sobre a causa real da morte dele.

Deposto em março de 1964 por um golpe militar, João Goulart foi vigiado durante todo o tempo e constava na lista de assassinatos da Operação Condor, que visava eliminar os líderes mais influentes do Cone Sul, adversários dos governos ditatoriais.

No aniversário, comemorado com os amigos em março de 1976, havia um agente do Serviço Nacional de Informações, o extinto SNI, infiltrado na fazenda de Goulart. o agente fotografou os convidados de João Goulart. As fotos contêm anotações identificando as pessoas presentes. Há dez fotos feitas na ocasião e mantidas inéditas rubricadas como documentos secretos. Delas, três são publicadas aqui com exclusividade.

Além do presidente Goulart, aparecem na reunião festiva o escritor Edmundo Moniz, ex-militante trotskista, e o jornalista Raul Rauff, assessor de imprensa do ex-presidente, entre outros.

Jango morreu naquele mesmo ano. Exatamente no dia 6 de dezembro de 1976, na fazenda que tinha no município de Mercedes, na Argentina. Oficialmente, foi vitimado por um ataque cardíaco. Há suspeitas, no entanto, que morreu após ingerir comprimidos envenenados, misturados aos remédios que tomava.

No dia 27 de janeiro de 2008, a Folha de S. Paulo publicou reportagem com o depoimento de Mario Neira Barreiro, ex-agente agente de inteligência do Uruguai.Segundo Barreiro, o envenenamento foi ordenado pelo delegado Sérgio Fleury(1933/1979) com o conhecimento do então general-presidente Ernesto Geisel(1908/1996).

Jango morreu no exílio. No dia 15 de novembro, durante sessão especial da XX Conferência da Ordem dos Advogados do Brasil, em Natal(RN), o governo brasileiro reconhecerá oficialmente o pedido de perdão do Estado à família do ex-presidente. Um gesto republicano na data especial da Procramação da República. Bom gesto. Mas a ausência do presidente lula será notada.

Maurício Dias, CartaCapital.