O deputado estadual e presidente da Comissão de saúde, Carlos Pimenta (PDT-MG), participou da reunião especial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para tratar sobre o surto do coronavírus no estado. Através de videoconferência, reunião teve a participação de maioria dos parlamentares.
O encontro foi conduzido pelo presidente da Assembleia Agostinho Patrus (PV), que prestou uma homenagem aos profissionais de saúde, que segundo ele, serão colocados à prova diante da necessidade de combate do Covid19.
Carlos Pimenta iniciou sua fala fazendo vários questionamentos ao secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral, sobre testes rápidos, laboratórios para testes e respiradores.
De acordo com Carlos Pimenta, a Vale do Rio Doce fez uma doação ao governo federal de 5 bilhões de testes rápidos para o combate ao Covid19. “E nós estamos vendo uma falta muito grande desses testes. Tem até um documento assinado pela secretária de saúde de Montes Claros, solicitando um lote de testes rápidos para fazer um diagnóstico mais preciso da região”, lembra.
O parlamentar quis saber também sobre a habilitação de laboratórios. “Nós precisamos que pelo menos uma macrorregião de Minas tenha um local para fazer os exames”, observa. Outro ponto lembrado pelo parlamentar foi com relação aos respiradores. “O Norte de Minas é pouco assistida, apesar de ter bons hospitais, daí, a nossa preocupação de os nossos hospitais serem esquecidos”, pontua.
Carlos Pimenta e o líder do Bloco Democracia e Luta, deputado estadual André Quintão lembraram que os R$ 300 milhões que podem ser liberados por meio da Lei 24.585, sancionada na quinta-feira (02), são três vezes mais que o destinado pelo governo federal ao Estado.
Em resposta às perguntas dos parlamentares, o secretário de saúde afirmou que todo o esforço do governo estadual está sendo para ampliar o número de leitos para o atendimento à pandemia. Em Belo Horizonte, por exemplo, o Estado deverá transformar 500 leitos disponíveis no Hospital Psiquiátrico Galba Veloso, para atender pacientes diagnosticados com a Covid-19.
O secretário disse que o Estado está tendo dificuldades para adquirir respiradores, testes e equipamentos de proteção, em função do cancelamento de vendas desses produtos da China para o Brasil. Amaral afirmou que, se o Ministério da Saúde conseguir entregar os produtos, eles serão direcionados para os municípios ou regiões mais carentes.
Cenário Estadual
Com quatro mortes provocadas pelo coronavírus, 370 casos confirmados e mais de 39 mil suspeitos, Minas Gerais apresenta hoje um pico de casos no centro-sul e baixa incidência nas regiões mais ao norte. Se essa situação se mantiver, o Estado poderá trabalhar de forma planejada, mantendo, num primeiro momento, atuação intensa nas regiões mais atingidas, especialmente a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Carlos Eduardo Amaral afirmou que houve, até 31 de março, 347 internações por suspeita de coronavírus, sendo 70 em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 277 em leitos clínicos. Ele completou que houve picos de internações, em 25 e 31 de março, com 100 em cada data. Já em 1º de abril, o número caiu para menos de 60.
Atualmente, apenas a Fundação Ezequiel Dias (Funed) está capacitada para fazer os testes. De uma fila de 5 mil a serem realizados, faltam 2,6 mil, o que deverá ser equacionado com a entrada em operação de um laboratório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Quanto ao número de leitos clínicos disponíveis, o secretário de Saúde informou que, atualmente, Minas possui 16.386, sendo 11.625 do Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante privados. Em relação às UTIs para adultos, são 2.013 do Sistema Único de Saúde (SUS) e 1.083 na rede particular, num total de 3.096.