Ao ser entrevistado esta semana para o programa Visão Parlamentar, da TV ALMG, o deputado estadual Carlos Pimenta (PDT-MG), presidente da Comissão da Saúde, fez uma análise sobre o momento em que o Brasil e Minas se encontram, com a estabilização do número de casos de Covid-19 e as mortes, porém em um patamar alto, mais conhecido como platô da pandemia. O parlamentar falou sobre a atuação do Poder Público no combate à pandemia e da necessidade de mudança no comportamento por parte da população.
De acordo com Carlos Pimenta, no caso de Minas, o estado está alcançando uma média que vem se mantendo. “A expectativa é de que dentro de algumas semanas já comecemos a sentir a queda, pois esse é o comportamento da qualquer pandemia. O vírus tem um período de crescimento e de declínio”, pontua.
Com relação à alta ocupação de leitos em UTIs em várias cidades do Estado, o que pode acarretar risco de colapso no Sistema Público, o parlamentar/médico acha que, segundo conversas que teve com colegas da área, entre eles infectologistas, pesquisadores e cientistas, o Estado já bateu o teto e que não deve haver colapso, mesmo com muitos casos nesse momento. Mas segundo ele, quem vai ditar a situação a partir de agora, é a população, acrescenta.
“Eu entendo que o Sistema de Saúde Pública em Minas foi testado. Nós empurramos esses casos e deu tempo de o Sistema Hospitalar se preparar. O governo agiu a tempo e hora e o Sistema deu conta do recado”, comenta o deputado.
Com relação aos números da doença no Estado, 95% dos municípios já registraram casos de Covid-19, o que refletiu uma tendência de interiorização da doença nos últimos meses. Mais da metade dos casos está localizado nas grandes cidades, as chamadas cidades polos. O que significa que esses municípios, são os que merecem uma atenção especial nesse momento, para justamente ter que suportar as demandas que vem das pequenas cidades.
“Esses municípios tiveram suas equipes preparadas, mas muitos profissionais da linha de frente desses hospitais se infectaram com a doença e foram obrigados a se afastar para se cuidarem. Daí, os serviços ficarem desguarnecidos dos recursos humanos”, lembra Carlos Pimenta.
Questionado sobre a situação da rede pública no atendimento à pandemia de Covid-19, Carlos Pimenta avaliou que “Nesse momento não existe rede pública ou privada. Mas sim, uma rede de atendimento à saúde. As outras doenças não pararam. Houve uma interação nos hospitais entre serviço público e serviço não covid, com os hospitais integrados nesse momento. Nesse ínterim, aconteceu algo inédito: Tanto o Ministério da Saúde quanto a Secretaria de Estado de Saúde, disponibilizaram pagamentos dos leitos à covid-19 para atender melhor os casos da doença”.
Admirador e defensor da Saúde Pública e do Sistema Único de Saúde, Carlos Pimenta admite que os dois sistemas estão dando um show de atendimento à população brasileira mesmo tendo morrido muitas pessoas. Ao mesmo tempo, o parlamentar lembra que a população está lidando com uma doença nova, desconhecida e que chegou rápida até nós.
“No início achávamos que era uma simples pneumonia. Hoje, sabemos que que não é. O vírus ataca todo o sistema nervoso. Bem diferente de há 5 meses quando chegou por aqui. Por causa desse conhecimento, a medicina já está entendendo mais um pouco sobre a doença. Por isso, vamos nos ater à ciência e as evidências científicas do que está acontecendo lá fora, para que seja aplicado aqui no Brasil e em Minas Gerais”, finaliza.