O número de estrangeiros pedindo vistos de trabalho no Brasil é cada vez maior, no rastro da melhoria econômica do país, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, à margem de conferência internacional em Genebra. “O que tem de chinês pedindo visto para trabalhar no Brasil é enorme”, disse o ministro abrindo os braços em sinal de espanto. “O Brasil está se tornando uma Meca do trabalho para os estrangeiros.”
Sem citar cifras, o ministro disse que, nos últimos três anos, houve uma total reversão, de forma que o número de estrangeiros em busca de emprego no Brasil superou o de brasileiros partindo ao exterior para trabalhar. Os vistos de trabalho para estrangeiros aumentaram 30,5% entre 2009 e 2010 no país, atingindo 56 mil autorizações ao final do ano passado, conforme dados do Ministério do Trabalho. Também excedem aos 25.440 vistos dados em 2006, antes da crise econômica global.
Em 2010, cidadãos dos Estados Unidos, Filipinas, Reino Unido, Índia e Alemanha foram os que mais receberam vistos de trabalho. No caso dos alemães, o volume aumentou 106%, para 2.904. Quanto aos indianos, a alta foi de 44%, com 3.237 autorizações em 2010. Os americanos receberam 7.550 vistos, numa alta de 35%.
O ministro explicou que as autorizações são dadas nos casos de postos de trabalho em que nem sempre há brasileiros para ocupá-los, o que significa, em muitos casos, especializações. No médio prazo, ele avalia que a solução é mesmo melhorar a qualificação dos brasileiros. Os números do ministério mostram que os pedidos indeferidos diminuíram 7,8% no ano passado. Foram 1.064 indeferidos, contra 1.154 em 2009. Os pedidos indeferidos até dezembro foram 15% a menos do que em 2007.
Outro fenômeno, segundo o ministro, é a volta de brasileiros que viviam no exterior. Somente do Japão, já voltaram 60 mil de uma comunidade de mais de 300 mil, conforme Lupi. “A moeda está forte no Brasil, o mercado está bom”, comentou. Para o ministro, a economia está desacelerando — mas o volume de investimentos estrangeiros diretos mantém a demanda por trabalhadores.
Vermelho, com informações do Valor Econômico