A situação é duplamente grave para os brasileiros. Precisam lidar com a pandemia do Coronavírus (Covid-19) e com o parasita que contraíram nas eleições de 2018. Apesar disso, a união entre os atores envolvidos na atual crise – desconsiderando o presidente da República – pode trazer alguma esperança para o país que, acrescido ao drama da saúde, logo enfrentará um período de recessão econômica.
Há um mês, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de Coronavírus no Brasil. Hoje, 27 de março, são 3.417 infectados e 92 mortos em função da doença em todo o país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a medida mais eficaz para controlar a pandemia é o isolamento social, já que a infecção acontece exponencialmente. Assim fizeram outros países e está sendo feito por aqui, com recomendação do Governo via Ministério da Saúde, ainda que a contragosto do presidente.
É inegável a dura consequência econômica que essa crise reserva. Por hora, a preocupação é a manutenção dos empregos e da renda para que a população suporte a fase crítica. Isto está sendo feito com o esforço do Congresso Nacional e de outras esferas de poder. O momento é de união nacional e a única voz destoante é a do Presidente da República.
Bolsonaro não sabe distinguir cenários e age em eterna campanha eleitoral. Ao longo do mês, tem minimizado a crise, atacado a imprensa e contrariado a ciência – uma constante bolsonarista. Tem defendido sistematicamente a suspensão da quarentena. Ninguém lhe dá ouvidos. Melhor, até quem já foi seu aliado passou a criticá-lo pela postura irresponsável diante de situação inédita vivida no país.
O vírus veio ainda desbancar o discurso ultra liberal que elegeu o capitão reformado. No momento, “a mão invisível” do mercado não consegue regular absolutamente nada. E o Estado que deveria ser mínimo, conforme Guedes, é agora a tábua de salvação para a Economia. O barulho das panelas confirma que a retórica bolsonarista ruiu. O povo está se dando conta da parasitose instalada na Presidência da República.
Enquanto o presidente devaneia em seu universo paralelo, o Brasil espera a pandemia passar adotando as medidas necessárias. Em alguns meses, o que vai sobrar é o estrago financeiro que também será superado com a consciência e o esforço coletivo. O que deve persistir até 2022 é o parasita do Estado, mas para isso já existe remédio: o voto. Assim como o combate ao Coronavírus, a extinção do verme que suga os principais nutrientes no país está nas mãos do povo.