Mais de mil pessoas participaram do bloco carnavalesco “Órfãos do Brizola” que, no dia primeiro de março – aniversário da cidade do Rio de Janeiro –, agitou o centro do Rio, com o samba “Educação Sem Mordaça”.
Sexta-feira, dia nublado – coisa rara em pleno verão do Rio –, a previsão do tempo alertava para um possível temporal – três semanas antes, uma tempestade inundou a cidade.
Já pensando no possível desgaste dos foliões com o calor, a organização marcou para o fim da tarde o início da folia, como explica o presidente do bloco, Renan Uccelli.
“Nos nossos ensaios fomos castigados pelo sol de ‘deserto’. Então, diferente do ano anterior, preferimos começar algumas horas mais tarde”.
Enquanto as nuvens causavam apreensão nos organizadores, foliões e integrantes da bateria começaram a aparecer na porta da Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, ao lado da praça Tiradentes. A galera cantava as marchinhas tradicionais e os integrantes da bateria afinavam os instrumentos.
Parecia que São Pedro tinha só pregado uma peça. O dia, já no fim, e nenhum pingo d’água. “Graças a Deus”, exclamou uma moça, por conta da sua fantasia e maquiagem feita para “causar”.
Às 17h, em ponto, o bloco iniciou seus trabalhos com o samba “Educação Sem Mordaça”, composto por Dalton Cunha e Guilherme Salgueiro e regido pelo mestre de bateria Marcos Mancha.
Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, não se conteve e logo pediu um tamborim e foi para o coração do bloco ajudar na pulsão. Para ele, o Órfãos do Brizola é a extensão do sonho do líder trabalhista.
“Nosso líder maior dedicou sua vida a criar mecanismo onde o povo oprimido tivesse seus direitos garantidos. Um exemplo foram os Centro Integrados de Educação (Ciep’s), onde a criança pobre tinha a mesma oportunidade que uma de classe média”, explica.
“Este bloco traduz este sonho de uma forma irreverente, mas não deixa de passar recado do velho Brizola”, garantiu Lupi.
No momento do refrão do samba “Brava gente Brasileira, vem brincar o carnaval, aqui não entra reaça, sai pra lá com essa mordaça”, a chuva caiu forte.
De acordo com vice-presidente da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini, Everton Gomes “foi um momento muito simbólico”.
“Hoje, o Órfãos lava a alma de todo Brizolista. O Bloco é mais um espaço construído com muito esforço para propagar alegria e sonho. Nós provamos que o PDT é o verdadeiro partido popular. Aqui o povo tem vez. E sempre terá, conclui.
A chuva em alguns momentos deu uma trégua, mas o bloco não. Ao longo do evento foram entoados os clássicos das escolas de samba: Mangueira, Portela, Salgueiro, União da Ilha do Governador entre outras.
O evento estava marcado para terminar às 20h, porém mais uma vez São Pedro pregou uma peça. Começou um temporal impedindo as pessoas de irem embora. A bateria e os foliões tiveram que ir para dentro da Fundação, sendo “obrigados” a estender a festa até às 23h.