Proposta do governo Bolsonaro é considerada inconstitucional e eleitoreira pelo partido trabalhista
Nos dois turnos de votação da PEC dos Precatórios (Proposta de Emenda Constitucional 23/2021) no Senado Federal, nesta quinta-feira (2), os parlamentares do PDT votaram contra o texto criado pelo governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. A bancada, formada por Cid Gomes, Weverton Rocha e Acir Gurgacz, ratificou a posição do partido trabalhista.
Considerada inconstitucional pelo presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, a “PEC do calote”, como ficou também conhecida, indica o atraso no pagamento, em 2022, de cerca de R$ 90 bilhões em decisões judiciais definitivas para justificar o financiamento do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família. O programa social, segundo pedetistas, poderia ser sustentado por fontes já existentes no Orçamento da União.
“A aprovação da PEC dos Precatórios é um cheque em branco para um governo despreparado e corrupto”, disse Lupi, em entrevista à CNN Brasil.
Para Cid Gomes, a proposta representa um movimento bolsonarista com foco exclusivo nas eleições do próximo ano, pois tenta esconder os efeitos da série de erros acumulados desde 2018.
“Não vamos aceitar que se faça, no ano eleitoral, um programa demagógico”, avaliou Cid, no UOL.
Nas redes sociais, o pré-candidato pedetista ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, elogiou a posição dos representantes da sigla.
“Parabéns aos valorosos senadores do PDT que votaram contra essa aberração da PEC dos Precatórios. Uma posição firme e acertada”, destacou o ex-ministro da Fazenda.
Em função das alterações ocorridas durante a tramitação no Senado, o texto deverá retornar à Câmara dos Deputados para nova apreciação.