Compromissos do partido e representatividade de Brizola determinaram sua filiação e intensa militância
A determinação para combater o racismo e lutar pela justiça social no Brasil forjaram a trajetória de vida da advogada e ex-secretária do Movimento Negro do PDT no Rio de Janeiro, Maria Soares. Aos 92 anos, a militante ratificou sua admiração pelo partido e legado de Leonel Brizola durante entrevista para o programa “Trabalhismo na História”, do Centro de Memória Trabalhista (CMT).
Conhecida por “Dona Santinha”, a mineira de Além Paraíba relatou ao coordenador do CMT, Henrique Matthiesen, que, desde a entrada na política, o elo com o partido foi prontamente estabelecido pelo alinhamento de ideias e perspectivas para a nação.
“O que me interessou, me segurou, foi o PDT de Brizola porque lendo o estatuto, o compromisso do PDT era com a população negra. Então eu senti que ali era o meu lugar”, destacou, citando ainda a admiração pelo ex-senador e economista Abdias do Nascimento.
“A situação do negro requer uma luta maior devido ao racismo, à marginalidade que nos colocam. Então eu comecei a militar no PDT de Brizola”, ratificou.
Reconhecimento
A admiração pelo fundador e presidente de honra da sigla se consolidou ao longo das décadas, principalmente após os governos brizolistas no estado do Rio de Janeiro, entre as décadas de 80 e 90. A gestão pedetista protagonizou um dos maiores projetos de fomento do ensino público do país: os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs).
“Conviver com ele [Brizola] me entusiasmou porque tinha uma ideia que eu abraçava, que era a educação. Brizola tinha uma verdadeira ideia de que a educação era a salvação do povo e abre portas”, explicou.
Ao destacar a preparação dos professores e a assistência aos alunos nas centenas de unidades espalhadas por todas as regiões do estado, Maria Soares indagou: “Já pensou Brizola presidente e Darcy Ribeiro ministro da Educação?”