Com mais de R$ 106 milhões injetados na economia de Niterói, a Moeda Social Arariboia completa um ano de seu lançamento em 13 de dezembro, transformando a vida de muitas famílias na cidade. O Programa de Transferência de Renda, criado pela Prefeitura de Niterói, também tem sido um importante movimentador dos comércios periféricos que já passaram de um milhão de transações pagas com Arariboia, em 12 meses de atividades na cidade. O próximo crédito está previsto para este domingo (11) e completa o primeiro ciclo do programa.
O prefeito de Niterói, Axel Grael, destaca a criação da Moeda Arariboia como um modelo inovador de transferência de renda.
“A Moeda Arariboia beneficia cerca de 31 mil famílias em situação de vulnerabilidade social. O programa tem um investimento anual de R$ 135 milhões. A moeda auxilia famílias que estão cadastradas no CadÚnico e que fazem parte do recorte de renda que as classifica como em situação de vulnerabilidade ou extrema vulnerabilidade. Em Niterói, mais de 100 mil niteroienses são beneficiados pelo programa”, afirma Axel Grael.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária (SMASES) é a responsável pela gestão do programa. O secretário da pasta, Elton Teixeira, afirma que o benefício é muito importante e a única renda para milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade social na cidade.
“Há um ano estamos transformando a vida de muitos niteroienses. A Moeda Social Arariboia é uma realidade que tomou conta da cidade, especialmente nas comunidades. Esse é um programa diferente que une transferência de renda à economia solidária, buscando o desenvolvimento territorial e local. Também buscamos outras interações, por meio dos Bancos Comunitários, trazendo cursos e formas de qualificar os beneficiários para que possam agregar valores ao benefício”, destaca o secretário.
A Moeda Social Arariboia é um programa de transferência de renda permanente que paga um valor mensal ao beneficiário cadastrado no CadÚnico. Além disso, o programa busca ampliar a geração de novos empregos e renda dos comerciantes, empreendedores e prestadores de serviços cadastrados com a circulação da moeda por toda a cidade.
Dona de um ateliê, Jaqueline Terra é uma das beneficiárias que, além do valor mensal, também passou a aceitar a moeda social nas transações do seu negócio. Moradora do Largo da Batalha, ela tem 37 anos e dois filhos.
“Eu tinha um ateliê de beleza em Icaraí, onde fazia depilação, sobrancelha e unha. Trabalhava com autonomia, alugava uma sala e tinha clientes fixas. Tinha meu espaço, não trabalhava para ninguém, o ateliê se pagava, mas não estava confortável por conta da pandemia. Eu tive Covid-19, muitas clientes sumiram e não voltaram depois. Eu sou de religião de matriz africana e não é fácil achar as vestimentas e comecei a pensar em costurar para fazer as minhas roupas. Quando percebi, já estava costurando para fora e recebendo encomendas. Então mudei de ramo, mantive o ateliê que já existia, só que agora de costura”, conta.
Jaqueline conta ainda que a roupa ritualística não é fácil de encontrar e por isso iniciou a produção e venda de turbantes, que podem ser usados por pessoas de diferentes religiões.
“Na pandemia, fiquei sem nenhuma renda e o benefício da Prefeitura que me ajudou. Depois veio a Moeda Arariboia e é o que me dá um respaldo. O cartão me ajuda a ter um fixo porque a venda é oscilante. O certo que eu tenho, neste momento, é o benefício. Até para eu aceitar uma encomenda, às vezes preciso do material e não tenho e o valor me ajuda a investir até receber o pagamento pela peça. Também vejo muita mãe que tem filho e não consegue emprego, fazem biscates com faxinas, limpezas e o benefício é um fixo que elas podem ter para se garantir”, ressalta.
Após um ano, o programa já investiu R$ 106.905.845,82 e realizou 1.395.980 transações em mais de 5 mil comércios de Niterói. O valor do benefício varia conforme o número de membros da família. O valor inicial, para o primeiro membro, é de R$ 250. A partir daí, cada membro recebe R$ 90 até mais cinco pessoas, totalizando 6 integrantes de uma mesma família, com valor máximo de R$ 700, para famílias com seis membros.
Comércio
O comerciante que desejar cadastrar o seu negócio para receber a Moeda Arariboia como forma de pagamento de seus serviços e produtos, basta se dirigir a uma das Agências do Banco Arariboia para se credenciar com CPF, RJ, CNPJ (caso tenha), e-mail, número de telefone, comprovante de residência e dados de uma conta bancária tradicional.