Amazonino Mendes mostra exemplo de Medellin, na Colômbia, contra o crime

Foto: Clóvis Miranda

11/09/2018

Nas três entrevistas que concedeu nessa segunda-feira (10), à TV Amazonas, ao G1 Amazonas e ao Portal A Crítica, o candidato ao governo do estado Amazonino Mendes (PDT) disse que a consultoria do escritório de Rudolph Giuliani foi responsável pela queda nos índices de criminalidade em Medellin, na Colômbia, beneficiando principalmente sua população mais pobre.

Amazonino explicou que a colaboração do escritório reduziu os índices de homicídios em Medellin, de 380 casos por 100 mil habitantes, nos anos 1990, para cerca de 30 por 100 mil habitantes. Isso lhe rendeu o título de cidade mais violenta do mundo (hoje, o posto é ocupado por Caracas, na Venezuela, com 130 mortes por 100.000 pessoas ao ano). E lembrou que Medellin era a marca do maior cartel de drogas do mundo, comandado por Pablo Escobar e que, antes eleita como a cidade mais perigosa do mundo, hoje é considerada uma das melhores cidades para se viver da América do Sul.

Durante o fim dos anos 1980 até meados dos anos 2000, marcados por Pablo Escobar, guerras entre cartéis de drogas, paramilitares e guerrilhas, a taxa de homicídios era tão elevada que a cidade estava sempre entre as 10 mais perigosas do mundo. Nestes últimos anos, porém, a cidade mudou completamente, e os turistas podem apreciá-la sem medo algum. A criminalidade caiu mais de 80%, e ela recebeu o título de “Cidade do Ano” pela Wall Street Journal, além de diversos outros prêmios de inovação.

Medellin, disse o candidato, é o exemplo de que os investimentos certos em segurança podem transformar a economia de uma cidade e de um estado. A cidade equipou a polícia, investiu em inteligência e ampliou a presença do Estado nas comunidades. O caso de Medellín deixa claro como uma cidade só tem a ganhar quando a redução da violência se torna o foco das políticas de Estado.

De acordo com informações publicadas no site da revista Exame, com a redução da violência, os indicadores econômicos de Medellín deram uma virada. Desde 2010, o Produto Interno Bruto da região vem crescendo acima de 3% ao ano. No mesmo período, o número de empresas grandes e médias registradas em Medellín subiu de 1.800 para mais de 3.000. O movimento nos aeroportos passou de 2,1 milhões para mais de 4,2 milhões de passageiros por ano. E o desemprego caiu de 12,8% para 9,6%. Os indicadores sociais e o bem-estar também melhoraram. A desigualdade caiu em ritmo maior que o do país, e a taxa de pessoas abaixo da linha de pobreza saiu de 25%, em 2008, para 14%, uma das menores entre as grandes cidades colombianas. Mas o maior ganho é visto na expectativa de vida — de 2001 a 2016, subiu de 71,4 anos para 77,8. Entre os homens — as maiores vítimas de homicídios — aumentou ainda mais: de 68,2 anos para 76,4.

A explicação para o sucesso de Medellín na segurança pública , segundo a revista, está numa combinação de coisas que não costumam andar juntas. De um lado, houve uma intensa repressão policial e a aplicação de leis severas. De outro, programas sociais que oferecem uma porta de saída do mundo do crime, com capacitação profissional, renda garantida por tempo determinado e apoio psicológico e social — além da presença tanto do Estado quanto de organizações não governamentais.