O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), afirmou na tarde desta terça-feira (27) que não vê problema quanto ao número de terras indígenas no seu estado e defendeu o diálogo como forma de pactuar ações concretas no controle, fiscalização e punição das práticas ilegais de desmatamento e queimadas na região Amazônica.
A declaração do pedetista foi feita durante reunião entre os governadores dos estados que fazem parte do Consórcio da Amazônia Legal e o presidente Bolsonaro, realizado no Palácio do Planalto, e veio como resposta à declaração do presidente que, no encontro, disse que por trás das demarcações há uma tentativa de “inviabilizar” o País.
“Eu, enquanto governo do Amapá, não tenho nenhum problema com o fato nas terras indígenas, hoje, no Amapá, inclusive talvez tenha sido o estado que teve as suas terras indígenas primeiras demarcadas e nós não temos problema com isso. A bem da verdade, queremos criar outros mecanismos de planejamento estratégico público-privado para mobilizar as terras que estão disponíveis, eu pelo menos, no Amapá, agora não existe preocupação em querer produzir em terras indígenas ou em reservas extrativistas ou florestais”, afirmou Waldez Góes, que é presidente do Consórcio.
O Consórcio da Amazônia Legal é composto por nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, na região Norte, e mais o Mato Grosso e Maranhão. Além de discutir as ações emergenciais, que inclui o combate ao incêndio na floresta Amazônica, os governadores apresentaram o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável, elaborado eles, que resultou em documento base entregue à presidência no final da reunião.
O Plano estabelece a criação de um cronograma, no qual as ferramentas de monitoramento, controle e fiscalização sejam algo permanente no combate às ações ilegais na Amazônia e a criação de políticas de desenvolvimento sustentável para a região. A princípio, o passo a passo dessa estratégia será discutido entre Waldez Góes e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, responsável por essa ponde de diálogo entre o governo federal e o Consórcio da Amazônia Legal.
“Quero assegurar que nós estamos unidos e organizados, os governadores da Amazônia Legal, em defesa de um projeto comum de desenvolvimento sustentável, e também para dialogar, seja com o governo federal ou com organismos internacionais”, ratificou Góes, que aposta no diálogo para solucionar o problema.
“Essa é uma oportunidade única para pactuarmos ações concretas no controle, fiscalização e punição das práticas ilegais de desmatamento e queimadas na região. Em unidade e equilíbrio, vamos encontrar o caminho para o uso racional das riquezas da Amazônia e preservar as áreas protegidas”.