Água do Rio São Francisco chega ao Ceará

Imagem: Ministério da Integração

Por Leônidas Cristino
20/07/2020

O Governo abriu as comportas do Eixo Norte da transposição e as águas do rio São Francisco correm em solo cearense. Esta obra tem grande importância para a segurança hídrica do Nordeste. Sobretudo para o Ceará, 93% inserindo no seminário nordestino. A segurança hídrica é essencial ao desenvolvimento do Estado.

A escassez hídrica no Nordeste se agrava com o aquecimento global. As mudanças climáticas já produzem impacto com anos seguidos de seca, sem recarga suficiente dos reservatórios.

Da barragem de Jati as águas do São Francisco virão até a Região Metropolitana de Fortaleza pelo Cinturão das Águas, sistema de canais, túnel e estações de bombeamento. O governo do Ceará investe em ciência e engenharia para seu abastecimento não depender só da chuva.

O Governo Federal atual levou 1,5 ano para executar cerca de 4% que faltavam para concluir as obras do Eixo Norte e fazer chegar a água do rio São Francisco no Ceará. Muitos atrasos ocorreram em quase 13 anos até este momento. Por 10 vezes ocupei a tribuna da Câmara dos Deputados para reclamar das interrupções e defender a urgência da retomada deste projeto, desde o governo Dilma, Temer e o atual, com a pressão parlamentar e do governador Camilo Santana.

A grande parte da obra da transposição do rio São Francisco foi realizada nos governos Lula, Dilma e Temer. No governo Lula, Ciro Gomes, então ministro da Integração Nacional, teve apoio para fazer o traçado dos canais, resolver toda parte do licenciamento ambiental, iniciar e conduzir o projeto.

Ciro Gomes trouxe experiência para a obra da transposição, a iniciativa de ter livrado a Região Metropolitana de Fortaleza da ameaça de colapso no abastecimento de água, em 1993. Tive a honra de ser seu secretário de Infraestrutura. Quando Ciro era governador, construímos, em 90 dias, o Canal do Trabalhador com 120 Km, hoje em operação.

O Canal do Trabalhador, no comando técnico de José Cândido Pessoa, é uma prova da capacidade da engenharia brasileira. Se o Brasil tivesse capacidade de gestão à altura de nossa engenharia e como foi demonstrada por Ciro Gomes, este projeto nacional já estaria em operação há muito tempo.

*Leônidas Cristino, engenheiro civil e deputado federal do PDT do Ceará