Em audiência com presidente do Banco Central, Leila Barros cobra transparência em operação entre BRB e Banco Master

Foto: Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Ascom senadora Leila Barros
22/04/2025

Nosso dever é garantir que o dinheiro público seja protegido. As instituições precisam agir com seriedade e respeito à população do DF”

Durante a participação do presidente do Banco Central (Bacen), Gabriel Galípolo, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (22), a senadora Leila do Vôlei (PDT-DF) expressou preocupação com a oferta de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), uma instituição estatal vinculada ao governo do Distrito Federal.

Segundo ela, é fundamental que operações dessa magnitude sejam acompanhadas com transparência e responsabilidade, considerando os riscos envolvidos e o impacto direto sobre os cofres públicos.

“O BRB é um banco do povo do Distrito Federal. Não podemos permitir que uma operação dessa escala aconteça sem clareza total sobre os riscos, a viabilidade e as possíveis consequências financeiras para a população”, destacou Leila.

A parlamentar questionou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a transparência na compra. Ele afirmou que não cabe à autoridade monetária julgar a conveniência da compra, mas sim a viabilidade econômica da operação. “A decisão de comprar ou vender um ativo é dos envolvidos na transação. O papel do Banco Central é avaliar se quem está adquirindo tem condições econômicas de sustentar essa aquisição”, explicou.

Galípolo acrescentou que a análise do BC inclui uma série de indicadores e considera também os riscos da operação. “A supervisão analisa como a aquisição impacta o plano de negócios de quem está comprando e se a parte que eventualmente não for vendida também tem viabilidade econômica”, afirmou.

A senadora Leila reforçou que continuará acompanhando a transação de perto. “Nosso dever é garantir que o dinheiro público seja protegido. As instituições precisam agir com seriedade e respeito à população do DF”, concluiu.

A operação — que prevê a compra de 58% do capital do Banco Master por R$ 2 bilhões — ainda depende da autorização do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Master, apesar do crescimento acelerado nos últimos anos, tem sido alvo de questionamentos devido à sua estratégia de oferecer CDBs com taxas muito acima da média de mercado, além de basear parte relevante de seu patrimônio em precatórios, considerados ativos de alto risco por sua incerteza de pagamento.